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Maduro quer exonerar funcionários que assinaram referendo

"Há um prazo de 48 horas para que estas pessoas que estão nos chamados cargos de confiança, cargos de direção, tenham outro destino de trabalho", diz dirigente


	Nicolás Maduro: listas de funcionários foram distribuídas nos ministérios
 (Spencer Platt/Getty Images)

Nicolás Maduro: listas de funcionários foram distribuídas nos ministérios (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 09h16.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou nesta segunda-feira a exoneração, no prazo de 48 horas, de todos os funcionários públicos em cargos de direção que firmaram o pedido de referendo para revogar seu mandato.

O  Jorge Rodríguez disse que serão entregues listas com "os nomes das pessoas (...) que de forma pública expressaram sua simpatia com a direita venezuelana e participaram do processo de autorização para a ativação do finado referendo revogatório".

"Há um prazo de 48 horas para que estas pessoas que estão nos chamados cargos de confiança, cargos de direção, tenham outro destino de trabalho", declarou Rodríguez.

O dirigente se referia às cerca de 200 mil firmas (1% dos eleitores) que o conselho eleitoral validou no início de agosto para que a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) solicitasse o referendo.

A medida busca "estabelecer de forma categórica que não podem permanecer em cargos de direção (...) nos ministérios, instituições públicas, governos e prefeituras pessoas que são contrárias à revolução e ao presidente Nicolás Maduro".

Listas de funcionários foram distribuídas nos ministérios de Alimentação, Indústrias Básicas, Finanças, Trabalho e Gabinete da Presidência.

Há dez dias, a presidente do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, anunciou que a coleta de assinaturas para convocar o referendo será realizada no fim de outubro, mas não deu uma data precisa.

O calendário oficial distancia a possibilidade de o referendo ser realizado antes do dia 10 de janeiro de 2017. Se o mandato de Maduro for revogado antes dessa data, eleições devem ser convocadas, mas se for depois, seu vice-presidente completará os dois anos restantes do mandato.

Maduro enfrenta o descontentamento de uma população que sofre com escassez de alimentos e remédios, que atinge 80% do país, e uma inflação de 180,9% em 2015.

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