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Maduro pagou US$ 11 mi "por fora" para Santana em campanha

Mônica Moura disse em delação à procuradoria que recebeu dinheiro em espécie na sede da chancelaria venezuelana das mãos de Maduro

Maduro: segundo Mônica Moura, Maduro pediu que "quase todos os valores" fossem recebidos através do "caixa dois" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro: segundo Mônica Moura, Maduro pediu que "quase todos os valores" fossem recebidos através do "caixa dois" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de maio de 2017 às 21h37.

O agora presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pagou 11 milhões de dólares "por fora" para o publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, para que atuassem na campanha de reeleição de Hugo Chávez em 2012.

A publicitária, presa com o marido em uma etapa da operação Lava Jato, disse à procuradoria que recebeu dinheiro em espécie na sede da chancelaria venezuelana das mãos de Maduro, que na época era ministro das Relações Exteriores, revela nesta quinta-feira a imprensa brasileira, citando documentos liberados pelo Supremo.

"Maduro recebia Mônica Moura em seu próprio gabinete e lhe entregava malas de dinheiro, oferecendo escolta no trajeto a partir da chancelaria", revela uma declaração oficial a qual teve acesso o site G1.

João Santana, que atuou nas campanhas presidenciais de Lula da Silva e Dilma Rousseff, era um dos publicitários mais solicitados da América Latina, e atuou nas campanhas de vários líderes de esquerda.

Segundo Mônica Moura, Maduro pediu que "quase todos os valores" fossem recebidos através do "caixa dois", sem ser declarados.

A publicitária também revelou que as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez pagaram sete milhões e dois milhões de dólares, respectivamente, para a mesma campanha de Chávez, que já doente venceu o opositor Henrique Capriles.

O então embaixador da Venezuela no Brasil e posterior Encarregado de Negócios nos Estados Unidos, Maximilien Arvelaiz, foi um dos articuladores desta rede, segundo os documentos.

João Santana e Mônica Moura foram condenados, em fevereiro passado, a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro dentro do escândalo de corrupção da Petrobras.

Os dois aderiram à delação premiada e agora colaboram com a Justiça.

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