Mundo

Maduro mobiliza Forças Armadas após encontro de Trump e Guaidó

Em uma série de viagens, Guaidó pediu ajuda da comunidade internacional para derrotar o que classificou como “ditadura” chavista

Guaidó: o líder foi recebido com hostilidade após retornar dos EUA (Fausto Torrealba/Reuters)

Guaidó: o líder foi recebido com hostilidade após retornar dos EUA (Fausto Torrealba/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 06h37.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2020 às 06h48.

Passam dias, passam meses, e nada muda na política venezuelana. Assim como acontece desde que o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela, em janeiro do último ano, o próximo final de semana deverá ser marcado por mais um capítulo da interminável guerra de braço que tem estagnado o país. 

Depois da uma série de viagens de Guaidó em busca de apoio político no Fórum de Davos, na França e nos Estados Unidos, o presidente Nicolás Maduro convocou para os próximos dias 15 e 16 uma maratona de exercícios militares em todo o país. Durante pronunciamento no qual apresentou a chamada operação Escudo Bolivariano, Maduro convidou jovens a pegarem em armas para defender a Venezuela. “Juramos estar prontos para pegar em armas se for necessário. A juventude do século 21 não decepcionaremos a pátria”, disse.

A reação do líder venezuelano chega como resposta a Guaidó, que embora seja reconhecido por 50 países como presidente da Venezuela, não conseguiu angariar forças internas para assumir de fato o controle do país, que segue ingovernável. Há mais de um ano em briga direta com Maduro, tudo o que Guaidó tem, até agora, são demonstrações de apoio que vem de fora da Venezuela, o que, na prática, não o ajuda em nada a tomar o poder.

Em Davos, Guaidó pediu ajuda da comunidade internacional para derrotar o que classificou como “ditadura” chavista. Com o mesmo propósito, o líder também se encontrou, na França, com o presidente Emannuel Macron e, no Canadá, com o primeiro-ministro Junstin Trudeau.

O ponto alto do roteiro de viagens do líder da oposição, que álias estava proibido de deixar a Venezuela pelo governo de Maduro, no entanto, foi uma reunião com o presidente norte-americano, Donald Trump, na última semana. Em comunicado, a Casa Branca afirmou que “a visita foi uma oportunidade para reafirmar o compromisso dos Estados Unidos com o povo da Venezuela e discutir como trabalhar com o presidente Guaidó para acelerar uma transição democrática”. 

Quando aterrissou na Venezuela, na última terça-feira, Guaidó e seus aliados foram literalmente recebidos a pontapés por chavistas que o esperava no aeroporto de Caracas. O político de 36 anos advertiu que novas sanções estadunidenses cairão sobre o regime de Maduro e disse que “está começando um novo momento que não admite nenhum contratempo” e que “chegou a hora” de tomar o poder. A retórica, no entanto, já é repetida a mais de um ano, e desde lá, nada mudou ー exceto o cada vez mais grave quadro econômico, que terminou 2019 com uma inflação de mais de nove mil por cento. 

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeJuan GuaidóNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia