Mundo

Maduro lança movimento paralelo a partido fundado por Chávez

Presidente venezuelano apresentou o movimento Somos Venezuela diante de milhares de seguidores em Caracas

Maduro: "não é um partido, é um movimento sociocultural, um movimento de movimentos que convoca a todos" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro: "não é um partido, é um movimento sociocultural, um movimento de movimentos que convoca a todos" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

A

AFP

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 10h37.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lançou nesta quarta-feira um movimento político para apoiar sua candidatura à reeleição e com o qual, segundo analistas, busca consolidar sua identidade dentro do chavismo e se separar de inimigos internos.

Maduro apresentou o movimento Somos Venezuela diante de milhares de seguidores em Caracas, depois de que a agrupação foi inscrita ante o poder eleitoral.

"Não é um partido, é um movimento sociocultural, um movimento de movimentos que convoca a todos", disse o presidente, cuja candidatura também é avalizada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado pelo falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

Somos Venezuela substitui o Novo Caminho Revolucionário, um partido minoritário da coalizão governista.

No entanto, a mudança vai além de uma questão de nomenclatura, segundo especialistas consultados pela AFP. Efetivamente, os membros do PSUV e outras formações chavistas deverão se desvincular destas para se unir a Somos Venezuela e não incorrer na dupla militância.

Uma das primeiras a fazer isso foi a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez.

"O PSUV é o partido de Chávez; Somos Venezuela, o de Maduro", indicou o especialista em eleições Eugenio Martínez.

"Está nascendo o madurismo. Até agora o discurso de Maduro se concentrava em se apresentar como o herdeiro de Chávez e permanecia atado ao PSUV e a toda sua simbologia. Maduro está assumindo sua maioridade política", comentou o pesquisador em comunicação Andrés Cañizalez.

O presidente multiplicou, nos últimos meses, suas denúncias sobre "traidores" no partido do governo, apontando particularmente o ex-presidente da petroleira PDVSA Rafael Ramírez.

Acompanhe tudo sobre:Nicolás MaduroPolíticaVenezuela

Mais de Mundo

Magnata vietnamita terá que pagar US$ 11 bi se quiser fugir de pena de morte

França afirma que respeitará imunidade de Netanyahu se Corte de Haia exigir prisão

Em votação apertada, Parlamento Europeu aprova nova Comissão de Ursula von der Leyen

Irã ativa “milhares de centrífugas” em resposta à agência nuclear da ONU