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Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 18h12.
Washington - O Governo dos EUA se mostrou surpreendido, nesta terça-feira, pela rapidez com a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de proclamar Nicolás Maduro como presidente eleito, evitando reconhecer sua vitória e pedindo uma nova apuração.
"É difícil de entender a decisão do CNE de declarar Maduro vencedor antes de realizar a recontagem" pedida pelo candidato da oposição, Henrique Capriles, disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado Patrick Ventrell.
O porta-voz disse que os Estados Unidos continuam achando necessário "resolver as irregularidades de voto" e pediu uma recontagem para "assegurar que a população venezuelana se sinta incluída no processo".
"Este é um processo venezuelano. Segundo a Constituição venezuelana, a CNE tem esta responsabilidade", assinalou Ventrell.
Maduro teve 272.865 votos de vantagem sobre Capriles nas eleições do domingo, com um respaldo de 50,78%, 1,83 ponto percentual a mais do que Capriles, que alcançou 48,95%. Maduro foi proclamado ganhador um dia depois, em um ato no qual prometeu cumprir com o legado do falecido Hugo Chávez.
O Governo americano também rejeitou a violência na Venezuela após as eleições de domingo, que terminou com sete mortos, já que "a violência não tem lugar em um processo eleitoral".
Após o anúncio dos resultados, o reitor do CNE Vicente Díaz, ligado à oposição, propôs a apuração de 100% dos votos físicos que o sistema eletrônico facilita como respaldo ao voto eletrônico para contrastar os resultados.
"Bem vinda a auditoria, ela já estava estipulada", sentenciou Maduro no domingo, ao lembrar que este é "o único lugar do mundo" em que é feita auditoria de 54% das urnas em cada eleição.
"Os mais interessados na auditoria somos nós, eu solicito oficialmente ao Conselho Nacional Eleitoral a realização de uma auditoria", ratificou.