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Maduro está otimista por retomada diálogo com a oposição em Barbados

O presidente da Venezuela afirmou que, caso não tenha interferência estrangeira, o governo e a oposição podem chegar a um acordo

Venezuela: a negociação é intermediada pela Noruega, que já sediou uma rodada de conversas entre governo e oposição (Miraflores Palaca/Reuters)

Venezuela: a negociação é intermediada pela Noruega, que já sediou uma rodada de conversas entre governo e oposição (Miraflores Palaca/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de julho de 2019 às 06h42.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta segunda-feira "otimista" após a retomada do diálogo entre delegados de seu governo a oposição em Barbados, com mediação da Noruega, para buscar soluções para a crise política e econômica do país.

"Eu sou muito otimista (...). Hoje eles tiveram uma sessão de cinco horas e eu acho que passo a passo, com paciência estratégica, abrimos o caminho da paz", expressou Maduro numa declaração transmitida pela televisão estatal VTV, em que ele alegou ter relatórios "auspiciosos" de seu principal negociador, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

Sem dar detalhes, o mandatário afirmou que se discute uma agenda de seis pontos com "a visão de todo o país"".

"Se trabalharem de boa vontade e se não houver intervenção gringa (...), estou seguro de que sairão acordos", acrescentou Maduro, que acusa os Estados Unidos pelo fracasso das negociações empreendidas no fim de 2017 e no início de 2018 na República Dominicana.

Delegados de Maduro chegaram na manhã desta segunda a Barbados para continuar o diálogo de paz patrocinado pela Noruega.

A delegação opositora também chegou à ilha caribenha, indicaram fontes à AFP.

As conversas são retomadas após Guaidó denunciar o "assassinato abominável" do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo, em 29 de junho, dias depois de ser detido, acusado de participar de um suposto plano para matar Maduro.

No domingo, ao informar sobre a retomada dos encontros, Guaidó afirmou que a reunião com representantes do "regime usurpador em Barbados" tem como objetivo negociar a "saída da ditadura", como classifica o governo de Maduro.

Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte (governista), confirmou nesta segunda-feira que a delegação de Maduro é a mesma que viajou para Oslo em maio, liderada pelo Ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez; o chanceler, Jorge Arreaza; e o governador Héctor Rodríguez.

Guaidó também enviou "exatamente" a mesma equipe que esteve na Noruega: o parlamentar Stalin González, o ex-deputado Gerardo Blyde, o ex-ministro Fernando Martínez Mottola e o ex-reitor do Conselho Nacional Eleitoral Vicente Díaz, confirmaram fontes à AFP.

"Apoiamos absolutamente a proposta ao diálogo apresentada agora em Barbados", disse Cabello à imprensa.

Alguns setores rejeitam as negociações por considerar que dão "fôlego ao regime". Mas o deputado opositor Enrique Márquez, que foi delegado nas aproximações na República Dominicana entre 2017 e 2018, considera que o melhor caminho para Venezuela é um "entendimento".

"Uma solução violenta, pela força, poderia gerar perda de governabilidade inclusive por um novo governo", disse Márquez à AFP.

A mediação da Noruega, acrescenta Márquez, "oferece a possibilidade de que ambas as partes cheguem aos acordos mínimos para relançar o país".

O opositor Guaidó, autoproclamado presidente interino e reconhecido no cargo por mais de 50 países, teve um encontro reservado nesta segunda-feira com Enrique Iglesias, nomeado em maio passado "assessor especial" para Venezuela pela UE.

"Tanto em Oslo como no Grupo Internacional de Contato e em todos os espaços de pressão, nosso objetivo é o mesmo: alcançar uma solução definitiva para a crise no nosso país", escreveu Guaidó no domingo.

Mais tarde, Iglesias foi recebido pela vice-presidente da venezuelana, Delcy Rodríguez. A televisão governamental mostrou imagens do encontro.

"Enrique Iglesias ratifica seu compromisso com o processo de diálogo", informou no Twitter a vice-presidência.

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