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Maduro enviará mísseis à fronteira com a Colômbia

Maduro acusa país vizinho de querer iniciar um conflito armado com o país

Nicolás Maduro: Para Maduro, Duque levou a Colômbia de volta a uma "situação de guerra" em razão do rearmamento de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) (Miraflores Palaca/Reuters)

Nicolás Maduro: Para Maduro, Duque levou a Colômbia de volta a uma "situação de guerra" em razão do rearmamento de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) (Miraflores Palaca/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 12h26.

Última atualização em 6 de setembro de 2019 às 12h29.

São Paulo — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quinta-feira, 5, que instalará um sistema de defesa antiaérea na fronteira com a Colômbia por considerar que o governo colombiano planeja uma guerra na região.

"Vamos instalar o sistema de mísseis de defesa antiaérea, terrestre e blindada entre os dias 10 e 28 de setembro", disse Maduro, citando o período em que os militares venezuelanos realizarão exercícios na fronteira.

No discurso, Maduro lembrou que decretou alerta laranja para as unidades militares nos Estados de Zulia, Táchira, Amazonas e Apure, todos na fronteira com a Colômbia, onde ocorrerão as manobras militares. Sem apresentar qualquer tipo de evidência, o chavista afirmou que o presidente da Colômbia, Iván Duque, tem um plano para iniciar um confronto entre os dois países.

"Ele pretende montar um falso positivo, agredir a Venezuela para ir ao Conselho de Segurança da ONU e armar um show político barato à custa de um conflito armado", disse.

Para Maduro, Duque levou a Colômbia de volta a uma "situação de guerra" em razão do rearmamento de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "A violência da Colômbia tem de ficar na Colômbia. Não a queremos aqui", declarou Maduro.

Em resposta, Duque acusou Maduro de espalhar "bravatas", como instalar um sistema antimísseis aéreos na fronteira. O presidente colombiano aconselhou o chavista a gastar dinheiro com "comida para seu povo".

Ontem, Duque disse que Maduro deve acabar com "a ditadura" e permitir que os venezuelanos "recuperem a liberdade, para que tenham um futuro melhor".

Em um momento de tensão com o país vizinho, Duque descartou a possibilidade de intervenção militar na Venezuela. "A Colômbia não ataca ninguém. Este é um país que sempre respeita a territorialidade de outras nações", afirmou.

A fixação de Maduro com um ataque vindo da Colômbia reflete a mesma obsessão que tinha o ex-presidente Hugo Chávez, que militarizou a fronteira após o golpe de Estado frustrado contra ele, em abril de 2002. Na ocasião, Chávez temia a aliança entre o então presidente colombiano Álvaro Uribe e o americano George W. Bush.

Desta vez, segundo Maduro, Duque usaria o recente rearmamento de ex-comandantes das Farc, que abandonaram o pacto de paz assinado em 2016, como desculpa para "iniciar um conflito militar". Na versão de Duque, a Venezuela dá proteção aos guerrilheiros colombianos. "Vamos falar as coisas como elas são: Maduro está protegendo os líderes do ELN (Exército de Libertação Nacional) e das Farc. Não vamos deixar de denunciar isso."

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