Encontro entre os líderes durou cerca de duas horas ( Ministério de Comunicação da Venezuela/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 14 de dezembro de 2023 às 18h10.
Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, encerraram nesta quinta-feira com um aperto de mão uma reunião que, segundo especialistas, ajudará a "desescalar" tensões crescentes entre os dois países, mas terá pouco impacto na resolução da antiga disputa territorial sobre o Essequibo.
A reunião de cúpula ocorreu em São Vicente e Granadinas, no Caribe, e foi o primeiro encontro entre os dois líderes após a realização de um polêmico referendo venezuelano sobre a anexação deste território rico em petróleo que compreende mais de dois terços da Guiana.
Um vídeo com um aperto de mão entre os dois, seguido de aplausos, encerrou o encontro de cerca de duas horas, segundo vídeo enviado pelo Ministério da Comunicação e Informação da Venezuela, no X (antigo Twitter).
Exitoso el encuentro bilateral entre Venezuela y Guyana, demostrando que la única vía para dirimir la controversia territorial es el diálogo, con entendimiento y respeto, libre de intervención injerencista, priorizando el bienestar de nuestra región.#DiálogoEsPazYSoberanía pic.twitter.com/oKy76MdXbe
— MIPPCI (@Mippcivzla) December 14, 2023
Está prevista uma declaração conjunta de ambas as delegações.
Maduro organizou um referendo consultivo em 3 de dezembro, aprovado por mais de 95% da população. O "sim" em massa apoiava a criação na região de uma província venezuelana, a Guiana Essequiba, e a concessão da nacionalidade a seus habitantes — no sábado, a Venezuela abriu um escritório do serviço de identificação e migração (Saime), em Tumeremo, na fronteira com Essequibo.
A Guiana considerou a consulta uma "ameaça direta", e Ali chegou a levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem declaração final. Dias antes, a Guiana anunciou que estava em contato com "aliados" militares e deu sinal verde guianês para uma possível presença do Comando Sul dos Estados Unidos em seu país, ato classificado como "imprudente" pela Chancelaria da Venezuela.