Mundo

Maduro e Capriles disputam Presidência na Venezuela

Conheça as principais características dos dois candidatos que disputam as eleições para substituir Hugo Chávez na Venezuela

Nicolás Maduro e Henrique Capriles: candidatos se preparam para o embate final nas eleições de domingo, que determinará quem vai suceder o líder socialista Hugo Chávez, que morreu vítima de câncer no mês passado. (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Nicolás Maduro e Henrique Capriles: candidatos se preparam para o embate final nas eleições de domingo, que determinará quem vai suceder o líder socialista Hugo Chávez, que morreu vítima de câncer no mês passado. (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 16h30.

Caracas - O presidente em exercício da Venezuela, Nicolás Maduro, e o candidato da oposição, Henrique Capriles, preparam-se para a embate final nas eleições de domingo, que determinará quem vai suceder o líder socialista Hugo Chávez, que morreu vítima de câncer no mês passado.

A seguir, informações sobre os dois candidatos e suas posições políticas:

Nicolás Maduro

* Líder sindical que já foi motorista de ônibus do sistema de transporte público de Caracas, o corpulento e bigodudo Maduro, 50, era um firme alidado de Chávez e foi escolhido por ele como seu sucessor preferido.

* Maduro entrou na política em 2000, como legislador na Assembléia Nacional, onde sua defesa combativa das políticas de Chávez fizeram dele um dos protegidos do presidente.

* Ele foi promovido a presidente da Assembléia, um posto mais tarde ocupado por sua parceira, a advogada Cilia Flores. Quando Chávez foi preso depois de uma tentativa de golpe em 1992, Flores liderou a equipe de advogados que garantiu sua liberdade dois anos depois.

*Como ministro das Relações Exteriores por seis anos a partir de 2006, Maduro foi um embaixador fiel, expondo os pontos de vista de Chávez ao redor do mundo, inclusive críticas sobre assuntos globais a partir de uma rígida postura de esquerda. Ele ganhou aplausos de diplomatas estrangeiros, no entanto, por seu estilo afável, cultivando amizades importantes, inclusive na Rússia e na China.

* Chávez nomeou Maduro como vice-presidente em outubro passado, exaltando as suas raízes na classe trabalhadora.

* Durante a campanha, Maduro declarou-se um "filho" e "apóstolo" de Chávez. Embora sem o carisma de Chávez, Maduro procurou imitar o seu ex-chefe como "homem-do-povo", beijando bebês, saudando trabalhadores e ocasionalmente cantando.

* Ele encantou seus partidários e foi alvo de zombaria dos críticos, ao dizer que foi visitado pelo espírito de Chávez na forma de um pássaro que cantava para ele, enquanto ele rezava em uma capela.


* Parece certo que Maduro manterá laços com os aliados "anti-imperialista" da era Chávez, como o Irã, Belarus e Cuba, mas ele também pode reavivar o diálogo com os Estados Unidos, na esperança de aliviar anos de desconfianças e contendas.

* Maduro tem mantido os controles de Chávez sobre a moeda e é improvável que irá suspendê-los. Ele comandou a desvalorização do bolívar apenas pouco antes de Chávez morrer. Mais tarde, ele permitiu uma segunda reestruturação dos controles da moeda para criar um sistema de dois níveis que atingiu uma maior desvalorização, e também deu um pouco mais de flexibilidade na provisão de dólares pelas empresas.

* Ele promete continuar as populares "missões", os programas sociais da era Chávez, que vão de novas clínicas e escolas em áreas de baixa renda ao fornecimento de alimentos subsidiados e apartamentos.

* Sabendo que o crime é uma preocupação primordial dos venezuelanos, Maduro prometeu enfrentá-lo com um programa de desarmamento em favelas.

Henrique Capriles

* Capriles, 40, é governador do segundo Estado mais populoso da Venezuela, Miranda, que engloba partes de Caracas. O Estado vai da maior favela da capital, Petare, até aldeias de pescadores e praias na costa do Caribe.

* Advogado, Capriles se tornou o legislador mais jovem da Venezuela, quanto tinha 26 anos, e depois ganhou a prefeitura de um município de Caracas antes de bater o chavista Cabello na disputa pelo governado de Miranda, em 2008.

* Seus avós maternos, os Radonskis, fugiram do anti-semitismo na Polônia, chegando na Venezuela com apenas uma mala com roupas. Dois bisavós morreram no campo de concentração de Treblinka. Apesar de sua origem judaica, Capriles é um católico devoto que sempre usa um crucifixo.

* Um jogador de basquete afiado e amante de esportes, Capriles relaxa reunindo amigos para jogar ou correndo à noite. Durante a campanha, muitas vezes ele esvaziou latas da Red Bull para manter sua energia em alta.


* Capriles foi preso por quatro meses depois de ter sido acusado de fomentar um protesto contra a Embaixada de Cuba em 2002 - embora ele diga que foi mediador. Ele foi absolvido no julgamento.

* Capriles projeta uma imagem jovem e enérgica, veste-se de modo simples e anda de moto em visitas a favelas. Ainda solteiro, Capriles é inundado com propostas de casamento por fãs gritando, que o tratam como uma estrela pop em comícios.

* Ele perdeu para Chávez na votação presidencial de 2012, mas recebeu 6,6 milhões de votos, ou 44 por cento do total. Foi o melhor desempenho da oposição contra Chávez em quatro pleitos presidenciais.

* Define sua política como "progressista". Capriles quer copiar o modelo de desenvolvimento econômico e políticas sociais da "esquerda moderna" do Brasil. Ele foi, no entanto, um dos fundadores do partido conservador Primeira Justiça, em 2000.

* Capriles se opõe a mais nacionalizações, mas diz que as realizadas por Chávez não podem ser desfeitas do dia para a noite. Ele pretende estudar cada uma das centenas de empresas nacionalizadas caso a caso para determinar se elas devem voltar para mãos privadas ou ser administradas em conjunto com os trabalhadores.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaHenrique CaprilesNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Rússia expulsa diplomata britânico por atividades de espionagem

Presidente do México alerta Trump que imposição de tarifas não impedirá migração e drogas nos EUA

Comissão de investigação civil culpa Netanyahu por ignorar indícios de ataques de 7 de outubro

Grupos armados bloqueiam distribuição de ajuda humanitária em Gaza