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Maduro diz que general liderou levante após ser cooptado pela CIA

General Manuel Ricardo Cristopher Figuera teria sido um dos militares do alto escalão venezuelano

No último 30 de abril, líderes opositores convocaram manifestações contra o governo de Maduro (Ueslei Marcelino/Reuters)

No último 30 de abril, líderes opositores convocaram manifestações contra o governo de Maduro (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de maio de 2019 às 19h55.

Caracas — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira que o então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), general Manuel Ricardo Cristopher Figuera, liderou o levante militar do último dia 30 de abril por ter sido "cooptado" há um ano pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos.

"Depois de investigações conseguimos comprovar que o general Manuel Ricardo Cristopher tinha sido cooptado pela CIA há mais de um ano e trabalhava como um traidor, um espião infiltrado nos cargos que ocupava", afirmou Maduro em um evento com estudantes.

Os Estados Unidos já tinham suspendido as sanções aplicadas a Figuera, que comandou o Sebin até 30 de abril, dia do levante militar organizado pelo líder da oposição a Maduro, Juan Guaidó.

No mesmo dia, Maduro retirou Figuera do posto, mas nunca anunciou oficialmente a saída dele do Sebin. Em outro pronunciamento, apresentou o também general Gustavo González López como novo diretor do órgão.

Em recente entrevista à Agência Efe, o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, disse que integrantes do governo estavam negociando com a oposição a saída de Maduro. Eles teriam "desligado os celulares" após o levante militar.

Abrams disse ter ficado frustrado com três figuras-chave do chavismo, entre elas o ministro da Defesa, Vladimir Padriño López, um dos que teriam negociado com a oposição para derrubar Maduro.

Segundo o governo dos EUA, também participaram dessas conversas o presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, e o comandante da Guarda de Honra Presidencial e da Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dcim), Iván Rafael Hernández Dala.

Segundo a denúncia de Maduro, Figuera foi quem "armou a história" de que contava com os "patriotas" Padrino, Moreno e Hernández Dala.

"Foram Padrino, Moreno e Dala que me avisaram, uma semana antes do golpe, da conduta estranha deste general que seria substituído, demitido de seu cargo e detido no dia 30 de abril. Por isso, ele se apressou e abortou a ação golpista. Ele fugiu e até hoje está fugindo", afirmou Maduro durante o evento.

O líder chavista ainda ironizou o general pelo fato de não ter comparecido ao levante militar liderado por Guaidó, que começou em frente à base militar de La Carlota, em Caracas.

"Ele foi quem articulou toda a armadilha de mentiras, de intrigas e não foi capaz de ir ao local", ressaltou Maduro.

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