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Maduro diz esperar resposta "iluminada" do papa a pedido de diálogo

Vaticano afirmou nesta sexta-feira que mantém uma posição de "neutralidade positiva" em relação à crise na Venezuela

Nicolás Maduro: Líder venezuelano pediu ajuda do pontífice para resolver crise no país (Marco Bello/Reuters)

Nicolás Maduro: Líder venezuelano pediu ajuda do pontífice para resolver crise no país (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 20h05.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que espera uma resposta "muito iluminada" à carta que enviou ao papa Francisco na qual solicita sua mediação para um novo diálogo para fazer frente à crise política no país.

"Esperemos com paciência a sua resposta sobre a abordagem que lhe fiz de facilitar o encontro entre os venezuelanos e todos os processos de diálogo que estão planejando além das nossas fronteiras (...). Peçamos a Deus que a resposta seja muito iluminada", declarou Maduro em entrevista coletiva no palácio presidencial de Miraflores.

Maduro ressaltou, além disso, ter "certeza" que o papa "quer ajudar a Venezuela".

O Vaticano afirmou nesta sexta-feira que mantém uma posição de "neutralidade positiva" em relação à crise na Venezuela depois que o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente em exercício do país por considerar que Maduro "usurpa" a presidência após ser reeleito em pleitos "fraudulentos".

"A atitude da Santa Sé é de neutralidade positiva, não é a atitude de quem se senta diante da janela e observa de maneira quase indiferente. É a atitude de estar sobre as partes para superar o conflito", assegurou o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, à emissora da Conferência Episcopal italiana.

"São as partes que devem movimentar-se neste ponto, tal como aconteceu quando a Santa Sé aceitou ser parte do diálogo", acrescentou o chefe da diplomacia vaticana.

Parolin se referiu às declarações que o papa fez no avião que lhe trouxe de volta dos Emirados Árabes Unidos esta semana, quando disse que "para que se faça uma mediação, se necessita a vontade de ambas partes".

Guaidó, por sua parte, também pediu nesta quinta-feira a ajuda do papa para conseguir "o fim da usurpação" e a realização de eleições livres no país.

"Faço um chamado a todos aqueles que podem nos ajudar, como o Santo Padre, e todas as diplomacias, para que possam colaborar para o fim da usurpação, para um governo de transição e que leve a eleições verdadeiramente livres", disse Guaidó em entrevista à emissora de televisão italiana "Sky24".

Guaidó, que foi reconhecido por mais de 40 países, acusou Maduro de ser responsável pelo assassinato "a sangue frio" de dezenas de opositores nas ruas a fim de "intimidar" e afirmou que estaria encantado de receber o papa na Venezuela, "um país muito católico".

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