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Maduro defende 'novo começo' com os EUA e liberta 6 americanos após visita de enviado de Trump

Porta-voz da Casa Branca negou que encontro signifique um reconhecimento do venezuelano e disse que objetivo da reunião foi convencer Maduro a aceitar migrantes deportados

O enviado americano Richard Grenell é recebido pelo presidente Nicolás Maduro no palácio presidencial, em Caracas (Presidência da Venezuela/AFP)

O enviado americano Richard Grenell é recebido pelo presidente Nicolás Maduro no palácio presidencial, em Caracas (Presidência da Venezuela/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 09h01.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu nesta sexta-feira um "novo começo" nas relações bilaterais com os Estados Unidos, após a visita a Caracas do enviado especial do presidente americano, Donald Trump, numa conversa focada especialmente na deportação de migrantes venezuelanos e na liberação de prisioneiros americanos. Logo depois do encontro, seis deles foram libertados pelo regime chavista.

O encontro acontece dias após Trump anunciar a suspensão do status de proteção temporária (TPS, em inglês)
concedido pelo governo de Joe Biden (2021-2025) para cerca de 600 mil venezuelanos solicitantes de asilo, que os autorizava a permanecer no país por questões humanitárias. A medida se une a uma série de outras que fazem parte do plano de promover "a maior deportação em massa da História" dos EUA. No ano passado, os venezuelanos foram a terceira nacionalidade mais apreendida na fronteira do país com o México.

Em comunicado após a reunião, o governo chavista disse ter proposto uma "agenda zero" entre os países para o enviado especial Richard Grenell. O encontro no Palácio de Miraflores, em Caracas, também contou com a presença da vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e do chefe do Parlamento, Jorge Rodríguez. Grenell chegou de Washington em um avião da Força Aérea dos EUA.

Segundo a mídia estatal. Maduro aceitou conversar com o enviado americano de forma respeitosa e soberana, afirmando que os acordos firmados entre os países serão fruto de consenso e não da imposição de nenhuma das partes.

Histórico da relação entre os dois países

Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como “presidente interino”, após a oposição ter boicotado as eleições presidenciais venezuelanas um ano antes por considerar que não havia condições para eleições transparentes.

No ano passado, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu a vitória do opositor venezuelano Edmundo González na eleição presidencial, acusada de fraude pela oposição, liderada pela ex-deputada María Corina Machado, e por grande parte da comunidade internacional. Até hoje, o regime não apresentou as atas eleitorais que comprovariam o resultado. González, que vive no exílio em Madri, compareceu à posse de Trump, em 20 de janeiro.

Em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi questionada se a visita de Grenell à Venezuela significava o reconhecimento da vitória de Maduro, que tomou posse para seu terceiro mandato consecutivo em 10 de janeiro.

— Absolutamente não — respondeu Leavitt, insistindo que o encontro tinha como objetivo convencer a Venezuela a aceitar os voos de deportação de migrantes indocumentados e a liberar cidadãos americanos detidos no país.

O atual secretário de Estado, Marco Rubio, embora defenda a agenda anti-imigração de Trump, criticou Biden no passado por negociar com Maduro. Na época, o governo americano levantou as sanções contra a indústria petrolífera do país em troca da realização eleições livres e justas, o que não ocorreu. As sanções foram retomadas, porém, de forma mais branda.

— O presidente Trump espera que Nicolás Maduro aceite de volta todos os criminosos venezuelanos e membros de gangues exportados para os Estados Unidos, e que o faça de forma inequívoca e incondicional — disse o enviado especial dos EUA para a América Latina, Mauricio Claver-Carone.

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