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Maduro decreta estado de exceção na Venezuela ante eventual 'agressão' dos EUA

Em meio a uma crise militar com os Estados Unidos, o governo de Maduro tem realizado simulações militares e treinamentos de civis no país

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 16h22.

Última atualização em 29 de setembro de 2025 às 16h24.

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A Venezuela declarou estado de exceção nesta segunda-feira, o que concede ao presidente Nicolás Maduro poderes especiais em caso de "agressão" por parte dos EUA, anunciou a vice-presidente Delcy Rodríguez.

O governo do presidente americano, Donald Trump, tem enviado navios de guerra e tropas para o Caribe, dando início a uma crise militar entre a Venezuela e os Estados Unidos. Nas últimas semanas, os Estados Unidos realizaram uma série de ataques contra barcos venezuelanos — que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirma serem de narcotraficantes.

— O presidente assinou o decreto de comoção externa — disse Rodríguez em um evento em Caracas com o corpo diplomático credenciado no país. — O decreto permite que Maduro atue em questões de defesa e segurança e defenda a Venezuela caso os Estados Unidos ousem atacar nossa pátria.

Um estado de exceção é uma medida legal e temporária prevista em constituições de muitos países. Geralmente, ela é acionada quando um país precisa tomar medidas extraordinárias em situações extraordinárias, como catástrofes naturais e ataques militares de outros países.

Escalada de tensão

Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o deslocamento de forças navais para o Caribe, sob pretexto de atuarem no combate a cartéis do tráfico de drogas na região. Imediatamente, sinais de alerta se acenderam na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro é acusado de ser o líder de uma organização criminosa conhecida como Cartel dos Sóis, associada ao comando militar local, e há uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura — Caracas nega qualquer relação de Maduro ou seus comandantes com o grupo.

Desde então, ao menos três barcos acusados de serem ligados ao tráfico foram destruídos pelos americanos — em um dos ataques, no começo do mês, 11 pessoas morreram, o que levantou questões sobre a legalidade das ações dos EUA, inclusive por parte dos parlamentares de oposição a Trump. Até o momento, a Casa Branca nega ter planos para derrubar Maduro.

Pelo lado venezuelano, o governo ordenou que suas Forças Armadas fossem colocadas em estado de alerta, e lançou uma campanha para que os cidadãos se juntem a milícias voluntárias, uma iniciativa que, segundo o Palácio de Miraflores, atraiu milhões de pessoas. Nos últimos dias, também foram convocados exercícios de treinamento básico para o emprego de armas de fogo e de táticas de combate, além de simulações militares.

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