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Maduro convoca conferência para tentar unir Venezuela

Maduro pretende reunir todos os setores sociais e políticos do país


	Maduro: após manifestações contra e pró-governo realizadas ao longo do dia, Maduro fez um chamado à conferência
 (AFP)

Maduro: após manifestações contra e pró-governo realizadas ao longo do dia, Maduro fez um chamado à conferência (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2014 às 11h13.

São Paulo - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou nesse sábado (22) uma Conferência Nacional de Paz para a próxima quarta-feira (26). Ele pretende reunir todos os setores sociais e políticos do país. Após manifestações contra e pró-governo realizadas ao longo do dia, Maduro fez um chamado à conferência, e, no mesmo dia, o opositor Henrique Capriles, governador de Miranda, informou que participará do Conselho Federal de Governo (CFB) convocada pelo presidente para amanhã (24).

Tanto a reunião com os governadores (CFG) quanto a conferência da quarta podem ser oportunidades para diminuir a tensão no país, que tomou força nas últimas semanas. Ao saber da confirmação de Capriles na reunião, por meio de um jornal local, Maduro disse: "Muito bem, muito bem-vindo, Capriles".

Ele recebeu um grupo de "mulheres chavistas" que fizeram uma marcha no sábado e anunciou a Conferência de Paz, em cadeia nacional de Rádio e Televisão. E acrescentou: "Temos de neutralizar esses movimentos violentos".

Segundo Maduro, a proposta seria realizar encontros setoriais, com mulheres, trabalhadores, comunidades, comunas, artistas e estudantes. "Com todos os setores do país", disse.

De acordo com Maduro, a ideia será levada à reunião do Conselho de amanhã. "É uma iniciativa pela paz, pela igualdade e pela independência e soberania", expressou.

A sessão do Conselho Federal de Governo havia sido convocada na última terça-feira (dia em que o opositor Leopoldo López foi preso), mas os governadores de oposição não participaram do encontro. Com a conformação de Capriles, também são esperados opositores de outras regiões.

As agências de comunicação estatais e a imprensa privada local mostraram o clima das manifestações nesse sábado. Houve alguns bloqueios de rodovias e atos de vandalismo, mas em menor quantidade que nos protestos anteriores.

Milhares de apoiadores e opositores do Governo venezuelano sairam às ruas em Caracas, uns pela paz e pela vida [pró-governo]e outros pedindo que o governo desarme a população.


De acordo com dados da Agência Lusa, pelo menos 50 mil pessoas participaram das manifestações realizadas pela oposição, no leste de Caracas e em Chacao, estado de Miranda. A marcha pediu o desarme de grupos civis, a libertação dos detidos - entre eles o opositor Leopoldo López -, que teve prisão preventiva de 45 dias decretada na quarta-feira (19).

O grupo que apoia Maduro, marchou com roupas vermelhas, e concentrou-se na Praça Morelos para marchar até ao palácio presidencial de Miraflores (centro de Caracas), exibindo cartazes a favor da paz e da vida.

Na marcha opositora, vestidos de branco, os simpatizantes da oposição concentraram-se ao leste de Caracas, na Avenida Francisco de Miranda, onde instaram o Governo venezuelano a "desarmar os coletivos", grupos de cidadãos simpatizantes da revolução bolivariana.

Durante a concentração, Henrique Capriles denunciou 18 casos de estudantes que, segundo ele, teriam sido vítimas de tortura de organismos de segurança. Ele também pediu que manifestantes opositores "deixem de bloquear as estradas do país".

Nessa sexta-feira (21) o governo confirmou a morte de oito pessoas, mas ontem a imprensa local divulgou mais uma morte em Valencia, estado de Carabobo. O hospital em que estava internada a estudante Geraldine Moreno, 23 anos, informou o falecimento da jovem, em razão de disparo que atingiu sua cabeça, na última quarta-feira (18).

Segundo os médicos ela foi operada durante oito horas. A bala atingiu um dos olhos e o cérebro da estudante. Geraldine é a segunda vítima confirmada em Valencia. Na quarta-feira a Miss Turismo Carabobo, Génesis Carmona, também morreu, depois de ser atingida por uma bala na cabeça.

As circunstâncias das nove mortes ainda estão sendo investigadas, mas já há uma investigação sobre a ação de homens do serviço de inteligência (em alguns casos). A maioria das mortes ocorreu em razão de disparos feitos por pessoas motorizadas.

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