Maduro: presidente disse que os venezuelanos que emigraram para Buenos Aires, Lima e Quito foram escravizados (Miraflores Palace/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de setembro de 2018 às 18h41.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que há uma "campanha de inquisição" contra venezuelanos por parte das "oligarquias midiáticas" de países como Brasil, Colômbia, Panamá, Argentina, Equador e Peru, e comparou esse momento com a perseguição aos judeus promovida pelo ditador Adolf Hitler.
"As oligarquias midiáticas desses países iniciaram uma campanha de inquisição que eu comparo, e peço desculpas se alguém se incomodar com esta comparação, com a perseguição de Hitler contra o povo judeu, que terminou com seis milhões de judeus mortos", declarou.
Em entrevista coletiva, o Maduro disse que os venezuelanos que emigraram para Buenos Aires, Lima e Quito foram escravizados, enquanto os que foram para Roraima, Colômbia e Panamá tem sido perseguidos.
"Muitas das coisas que dizem sobre a Venezuela e os venezuelanos nesses países de maneira parecida e inocente foram ditas sobre os judeus: 'os venezuelanos são culpados disso, daquilo, os venezuelanos são culpados de tudo'", exemplificou.
Segundo a visão do presidente, na Colômbia está sendo feita uma "campanha diária" de xenofobia, ódio e desprezo contra os venezuelanos. Maduro disse isso ao também culpar as agências internacionais e as redes sociais por uma "campanha" contra o seu país.
O governante venezuelano disse que todos os que falam de "crise migratória" citam a mesma fonte "não identificada" do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e afirmou que se trata de uma crise "criada".
Dados divulgados pela ONU indicam que 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país natal desde 2014, em meio à grave crise econômica do país, rumo a Brasil, Colômbia, Equador e Peru. O governo venezuelano negou esse êxodo e, segundo Maduro, essas são "campanhas de mentiras que têm um objetivo: interferir na Venezuela".