NICOLÁS MADURO: o colapso de um país com o tamanho e a importância da Venezuela é uma ameaça à segurança e aos interesses estratégicos do Brasil / Marco Bello/ Reuters (Marco Bello/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 21h04.
Última atualização em 21 de dezembro de 2018 às 10h48.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a chamar o vice-presidente eleito do Brasil, general Hamilton Mourão, de louco nesta quinta-feira e o desafiou a comandar o golpe de Estado que estaria sendo planejado contra seu governo.
Em discurso transmitido em rede nacional de rádio e televisão, Maduro repetiu as denúncias sobre um plano de golpe de Estado contra o regime chavista e afirmou que Mourão será o responsável por executar esse plano. Segundo o presidente da Venezuela, o Brasil colocaria seu Exército para "impor um governo" no país vizinho.
"Sim, Mourão, o golpe quem vai dar vai ser você, ouviu? Vou te esperar aqui com vários milhões de homens e mulheres, além de uma Força Armada Nacional disposta a defender a Constituição, a independência a qualquer custo. Te espero aqui, Mourão. Venha você mesmo. Te convido a vir você mesmo, Mourão", disse Maduro.
O vice-presidente eleito disse em entrevista publicada pela "Folha de S.Paulo" em novembro que o regime de Maduro cairá por si mesmo e afirmou temer uma "guerra civil violenta" na Venezuela.
O general, que foi adido militar na embaixada brasileira em Caracas entre 2002 e 2004, descartou uma intervenção militar na Venezuela por considerar que "interferir em assuntos internos de outros países não faz parte da tradição diplomática do Brasil".
No entanto, Maduro segue utilizando as afirmações de Mourão para denunciar a existência de um plano para tirá-lo do poder. Há uma semana, o presidente da Venezuela disse que o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, é quem comanda a estratégia para derrubá-lo, com apoio de Brasil e Colômbia.
Maduro disse "estar preparado" para a suposta intervenção e pediu para que o povo e as Forças Armadas da Venezuela se preparem para "vencer e garantir a paz do país". EFE