Agência de Notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 09h27.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira a realização, no próximo sábado, de exercícios de organização para fortalecer "todos os mecanismos de defesa territorial" do país. A medida ocorre em meio à presença militar dos Estados Unidos no Caribe, denunciada por Caracas como uma "ameaça" para provocar uma "mudança de regime".
Durante ato transmitido pelo canal estatal VTV, Maduro explicou que será uma jornada "especial de caráter organizativo" envolvendo "comando, condução e comunicação de toda a estrutura profissional" da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e da Milícia Bolivariana.
"Não é um exercício de movimento de armamento, mas sim organizativo, para deixar ainda mais afinados todos os mecanismos de defesa territorial, de defesa nacional de nossa pátria", disse Maduro. "A Venezuela constrói seu poder popular militar, um imenso movimento popular militar."
O presidente detalhou que serão incluídas as 5.336 Unidades Comunais Milicianas (UCM) recém-instaladas, bem como todas as 15.751 Bases Populares de Defesa Integral (BPDI). Desde agosto, o governo venezuelano tem convocado cidadãos para mobilizações, alistamento na Milícia e treinamentos, visando fortalecer a chamada "fusão popular-militar-policial" e aprimorar o sistema nacional de defesa.
Boa parte dessas atividades tem sido realizada aos sábados, como na semana passada, quando ocorreu uma simulação nacional de emergência por desastres naturais ou conflitos armados.
Na quinta-feira, os ministérios de Relações Exteriores e Defesa denunciaram uma "incursão ilegal de aeronaves de combate" dos EUA a 75 quilômetros do litoral venezuelano, no Mar do Caribe.
O governo venezuelano exigiu ao secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, que suspenda imediatamente a ação, considerada "postura temerária, aventureira e de guerra", que ameaça a estabilidade regional e mina a zona de paz da América Latina e do Caribe.