CNN: emissora transmitiu entrevista com estudante que denunciou problemas em escola a Maduro (Divulgação/CNN)
EFE
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 07h14.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que quer a emissora americana "CNN" fora do país depois de acusá-la de manipular um episódio no qual um estudante do ensino médio reclamou de vários problemas em sua escola em frente ao líder, entre eles a falta de comida.
"Alguns veículos da imprensa como a 'CNN' trataram de manipular. Esse é um assunto nosso, dos venezuelanos. A 'CNN' que não meta seu nariz na Venezuela. Eu quero a 'CNN' bem longe daqui, fora da Venezuela, 'CNN'!", disse Maduro durante seu programa de televisão.
O presidente disse que a jovem revelou uma situação que motivou uma resposta para melhorar a escola em questão, administrada pelo governo federal em Caracas.
"Temos problemas com a infraestrutura, formos roubados muitas vezes, agora também não temos portão. Também precisamos do nosso refeitório porque temos 450 estudantes e não temos nem café da manhã nem almoço", denunciou a estudante em frente a Maduro, no último domingo, em uma transmissão ao vivo da emissora estatal "VTV".
Depois da denúncia, a "CNN" foi até o local e conversou com pessoas que relataram como o diálogo da jovem com o presidente gerou melhorias na infraestrutura e nos serviços prestados pela escola.
"Assim que eu quero a juventude, que diga a verdade, que seja crítica, revolucionária, para que nós possamos resolver os problemas, ir atendendo os problemas. É preciso construir um sentido de filiação em cada escola, sentir que a escola me pertence e que eu devo cuidar dela", disse o presidente hoje.
Outra investigação da "CNN" revelou na semana passada uma suposta rede de venda de passaportes venezuelanos a cidadãos de países do Oriente Médio em troca de grandes quantias de dinheiro, algo também negado pelo governo de Maduro.
A emissora ouviu a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, sobre o caso. A chanceler se limitou a dizer que as denúncias "eram mentira".