Merkel e Macron: o novo chefe de Estado francês ressaltou ainda a necessidade de aplicar as reformas necessárias em escala europeia (Fabrizio Bensch/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de maio de 2017 às 17h22.
Berlim - O presidente da França, Emmanuel Macron, assegurou nesta segunda-feira que seu país precisa "implementar as reformas necessárias" para gerar empregos e se comprometeu perante a chanceler alemã, Angela Merkel, a trabalhar nessa direção.
"Precisamos ser mais eficazes", declarou Macron em uma coletiva de imprensa com a líder alemã ao término da reunião realizada em Berlim, para onde viajou um dia depois de assumir o cargo, conforme a prática habitual entre os governantes do eixo franco-alemão.
Macron admitiu que tem diante de si "uma tarefa muito difícil", uma vez que a França "é o único grande país da União Europeia (UE) que não conseguiu combater o problema do desemprego".
O novo chefe de Estado francês ressaltou ainda a necessidade de aplicar as reformas necessárias em escala europeia e afirmou que, no caminho para conseguir uma "maior eficiência", "não vai haver tabus".
Além disso, Macron destacou que sua vitória nas eleições foi possível porque conseguiu "transmitir entusiasmo" e salientou que sua obrigação agora é "responder a este entusiasmo" e demonstrar que "esta Europa funciona".
Merkel, por sua parte, agradeceu o presidente francês por ter escolhido Berlim para sua primeira visita ao exterior e declarou que isso é expressão do alto valor que ambos países "deram através da história à sua especial relação".
A dirigente alemã se referiu também à necessidade de continuar "um roteiro do caminho" para levar adiante projetos que, segundo advertiu, não poderão ser realizados "da noite para o dia".
Merkel avaliou positivamente várias das propostas de Macron, como a possibilidade de incluir um critério de reciprocidade nos acordos comerciais, de tal forma que se possa proteger os produtos europeus dos procedentes de terceiros países que não cumprem certos padrões.
A chanceler também recebeu positivamente a necessidade de melhorar a proteção comum para os investimentos e de avançar na integração da zona do euro, embora não tenha entrado em detalhes neste assunto, sobre o qual Berlim apresenta alguns receios.
"Nem sempre estamos de acordo", reconheceu Merkel sobre o funcionamento do eixo franco-alemão, mas se mostrou convencida que "da simbiose" das posturas de Berlim e Paris sempre sai "algo bom, não somente para os dois países, mas para toda a Europa".