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Macron pede negociações de paz entre Israel e Palestina

O presidente da França pediu o "reatamento das negociações" na presença do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Netanyahu e Macron: Presidente da França reiterou apoio para que Israel tenha sua segurança garantida (Stephane Mahe/Reuters)

Netanyahu e Macron: Presidente da França reiterou apoio para que Israel tenha sua segurança garantida (Stephane Mahe/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de julho de 2017 às 13h33.

Paris - O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu neste domingo (16), na presença do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o "reatamento das negociações" entre israelenses e palestinos para se chegar à solução de dois Estados.

Macron, em um comparecimento conjunto após duas horas de reunião no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, reiterou a Netanyahu o "apoio indefectível" para que Israel tenha sua segurança garantida, com uma alusão expressa à potencial ameaça do Irã, mas também criticou a colonização dos territórios palestinos ocupados.

"As condições das negociações e da paz não devem ser questionadas na prática", disse Macron, em seu primeiro encontro bilateral com o chefe do Executivo israelense.

O governante francês insistiu que o objetivo deve ser a existência de dois Estados "com fronteiras seguras e reconhecidas e com Jerusalém como capital".

Netanyahu, por sua vez, afirmou que "os palestinos se negam a reconhecer um Estado judeu independente" e contou que tinha transmitido a Macron a inquietação israelense "diante de qualquer forma de agressão" por parte do grupo jihadista Estado Islâmico e do Irã.

Sobre este último ponto, Macron garantiu ao premiê israelense sua "vigilância" para o cumprimento "estrito" por parte do Irã do acordo assinado em 2015 com o Grupo 5+1 (integrado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) pelo qual a república islâmica se comprometeu a não desenvolver tecnologia nuclear com fins militares.

O presidente francês também disse que compartilha "as inquietações israelenses sobre o armamento" do grupo xiita libanês Hezbollah, e anunciou que tem a intenção de continuar com a ação "diplomática" para "erradicar" esta ameaça.

Macron, que lembrou as milhares de mortes e os milhões de deslocados no conflito na Síria, insistiu na "necessidade de uma transição inclusiva e sustentável" e na busca de "uma paz justa para os sírios".

O mandatário francês assegurou que "a convergência de pontos de vista" sobre esta questão "é grande" entre os dois países, como também é "na luta contra os grupos terroristas".

Netanyahu confirmou as palavras de Macron ao afirmar que ambos compartilham "o mesmo desejo de um Oriente Médio pacificado" e indicou a "possibilidade crescente de cooperação" para consegui-lo, sobretudo porque França e Israel têm que "reagir a ameaças comuns".

Macron convidou o premiê israelense a Paris para participar na manhã de hoje das homenagens no 75º aniversário das operações policiais que as forças da ordem francesa fizeram em julho de 1942, durante o regime de Vichy, que colaborava com os nazistas, quando mais de 13 mil judeus, entre eles mais de 4 mil crianças, foram detidos pelos agentes franceses.

Quase todos esses judeus foram deportados para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, onde foram assassinados.

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