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Macron fez visita delicada à Guiana Francesa antes de vir ao Brasil

Os problemas deste território amazônico de 300 mil habitantes, que faz fronteira com o Brasil e o Suriname, incluem crimes ligados à extração ilegal de ouro, conexões precárias e dificuldades no setor agropecuário

Macron na Guiana: presidente francês prometeu apresentar planos para potencializar a agricultura e a pesca neste território (Ludovic MARIN/AFP)

Macron na Guiana: presidente francês prometeu apresentar planos para potencializar a agricultura e a pesca neste território (Ludovic MARIN/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de março de 2024 às 10h14.

O presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou, nesta segunda-feira , 25, uma visita de dois dias à Guiana Francesa, território da França na América do Sul que exige mais autonomia e está imerso em inúmeras dificuldades, como a insegurança.

Os problemas deste território amazônico de 300 mil habitantes, que faz fronteira com o Brasil e o Suriname, incluem crimes ligados à extração ilegal de ouro, conexões precárias e dificuldades no setor agropecuário.

Ao chegar, o presidente destacou as medidas já adotadas como o dispositivo de "100% controle" para reduzir o tráfico de drogas a partir do aeroporto de Caiena, capital da Guiana.

Aproximação com a Guiana

A segunda visita de Macron como presidente desde 2017 lhe permitirá "entrar em contato com a população" e "ouvir os responsáveis eleitos", especialmente sobre os seus pedidos de reforma do status do território, segundo o seu gabinete.

Paris deve "conceder-lhe o mesmo status que a Córsega", uma ilha mediterrânea que poderia avançar para uma maior autonomia por meio de uma reforma constitucional, disse o presidente regional da Guiana, Gabriel Serville.

A ministra de Territórios Ultramarinos, Marie Guévenoux, afirmou que cabe às autoridades eleitas da Guiana "definir quais competências querem que o território assuma".

Clima de tensão entre França e Guiana Francesa

A visita anterior de Macron, que remonta a 2017, foi prejudicada quando ele disse que não era "papai Noel" ao responder a uma pergunta sobre a construção de um hospital.

Cinco anos depois, 60% dos guianenses optaram por Marine Le Pen, adversária de extrema direita de Macron, no segundo turno das eleições presidenciais francesas de 2022.

Em Camopi, região remota do leste onde fica uma base operacional avançada das Forças Armadas, em um departamento (estado) fronteiriço com o Brasil, o presidente francês pediu que se apresente a ele dentro de três meses um plano "operacional melhorado" para o combate à extração ilegal de ouro.

Macron disse aspirar que em "alguns lugares se instale a extração de ouro legal", determinado a "estruturar um setor que não use mercúrio e seja exemplar na área".

Ocupar alguns locais poderia evitar "extratores ilegais cheguem ali" ou "ao menos reduzir sua atividade", acrescentou.

Extração ilegal e garimpo

Apesar dos meios militares consideráveis instalados desde 2008 no âmbito da operação "Harpie", dotada de 70 milhões de euros ao ano, a França não conseguiu ainda erradicar a extração ilegal praticada por garimpeiros vindos de Brasil e Suriname.

Macron prometeu apresentar planos para potencializar a agricultura e a pesca neste território, dependente em grande medida de importações. Seu objetivo é combinar o desenvolvimento econômico e a proteção das florestas tropicais.

O chefe de Estado francês também visitará o centro espacial de Kourou antes de viajar ao Brasil na tarde de terça-feira para uma visita de Estado de três dias, na qual abordará também a situação na Guiana Francesa.

"A estratégia de desenvolvimento também se enquadra em uma abordagem regional", assegurou nesta segunda-feira.

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