MACRON E MERKEL: em seu primeiro dia de trabalho, presidente francês visitou a colega alemã em Berlim / Fabrizio Bensch/Reuters
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2017 às 18h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h11.
Por uma reforma europeia
Em seu primeiro dia como presidente da França, Emmanuel Macron visitou Berlim para um encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, na tentativa de mandar um recado sobre a importância da União Europeia em seu governo. Na busca por “mais pragmatismo, menos burocracia e uma Europa que proteja nossos cidadãos”, Macron falou em um plano para reformar a UE e a zona do euro, e afirmou que mudanças não serão mais “um tabu” na França. Merkel disse que os tratados podem ser mudados se houver necessidade, e disse que “os interesses da Alemanha são naturalmente ligados aos interesses da França”, disse Merkel. Macron foi empossado no cargo em uma cerimônia no domingo 14, quando afirmou que “o mundo precisa de uma França forte”.
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O premiê de Macron
Além de se encontrar com Merkel em Berlim, Macron também anunciou nesta segunda-feira o nome escolhido para primeiro-ministro: Édouard Philippe, prefeito da cidade portuária de Le Havre e membro do partido conservador Les Republicains (o mesmo do ex-presidente Nicolás Sarkozy e cujo candidato, na eleição presidencial, foi François Fillon). É a primeira vez na França pós-guerra que um presidente escolhe indicar um premiê fora de seu partido. Às vésperas das eleições legislativas, em junho, a escolha é vista como uma tentativa de Macron para convencer membros da direita moderada ou a se juntarem a seu partido, o En Marche!, ou a apoiarem o governo no Congresso.
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Veto a imigrantes: a eterna batalha
A defesa do presidente americano, Donald Trump, sustentou nesta segunda-feira que “não é um veto a muçulmanos” o decreto que quer barrar a entrada de imigrantes de seis países. É a segunda vez que a Justiça emperra um decreto do tipo — o primeiro veto a imigrantes proposta por Trump foi barrado em fevereiro. O caso tramita em duas cortes de apelação, e caso perca, o governo pode recorrer e levar o julgamento à Suprema Corte. Como não há previsão para o fim dos julgamentos, o decreto segue sem entrar em vigor. O segundo decreto é mais brando, e ficaram de fora do texto, por exemplo, aqueles que já tiverem vistos emitidos — no primeiro decreto, 60.000 pessoas tiveram seus vistos cancelados.
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Eleições no Irã
O prefeito conservador de Teerã, Mohammad-Baghar Ghalibaf, anunciou a retirada de sua candidatura à Presidência do Irã. Ghalibaf, que já havia disputado a eleição em 2013, vai apoiar o candidato conservador, Ebrahim Raisi, que tornou-se a principal esperança dos linhas-dura contra o atual presidente, Hassan Rouhani. As políticas mais reformistas de Rouhani e suas tentativas de diálogo com os Estados Unidos desagradam a ala mais conservadora da política iraniana. A eleição acontece nesta sexta-feira 19 e será a primeira desde o acordo nuclear feito entre Irã e Estados Unidos, em 2015. Na última eleição, em 2013, Rouhani venceu Ghalibaf com uma margem pequena, de 50,71% dos votos.
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Crematório de Assad
Os Estados Unidos acusam o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, de construir um crematório para queimar e esconder os corpos de presos. O Departamento de Estado distribuiu nesta segunda-feira imagens de satélite do prédio que seria o crematório, junto à prisão de Saydnaya, nos arredores de Damasco. Até 50 presos seriam vítimas de assassinatos em massa diariamente. “Construir um crematório é um esforço para esconder a extensão dos assassinatos em massa na prisão de Saydnaya”, disse o diplomata-chefe dos Estados Unidos no Oriente Médio, Stuart Jones.
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Os estragos do ciberataque
Especialistas afirmam que o ataque do vírus WannaCry perdeu força, após ter infectado 300.000 máquinas em 150 países desde sexta-feira — quando cerca de 9.000 computadores foram atacados por hora. Ações de companhias de segurança virtual subiram nesta segunda-feira, com as tentativas de empresas e governos de aumentarem a proteção de seus sistemas. No domingo, o presidente da Microsoft, Brad Smith, confirmou que o que possibilitou o ataque foi uma brecha descoberta pela NSA, agência de segurança nacional americana, cujos dados foram roubados por um grupo de hackers. O assessor de segurança nacional americano, Tom Bossert, disse que a ferramenta não foi “desenvolvida pela NSA para atacar computadores”, mas por “criminosos”.