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Macron diz que França conversa com o Talibã para evacuar afegãos

O presidente disse que a França também estava em discussões com o Catar sobre como poderia restabelecer um caminho para as evacuações

Afeganistão: as forças militares dos EUA, que têm protegido o aeroporto em Cabul, devem sair até terça-feira, segundo o presidente americano Joe Biden (AFP/AFP)

Afeganistão: as forças militares dos EUA, que têm protegido o aeroporto em Cabul, devem sair até terça-feira, segundo o presidente americano Joe Biden (AFP/AFP)

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Reuters

Publicado em 28 de agosto de 2021 às 14h50.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado que o país trava discussões preliminares com o Taliban sobre a situação humanitária no Afeganistão e a possível evacuação de mais pessoas.

Macron, falando em Bagdá onde estava participando de uma cúpula com vários líderes do Oriente Médio, disse que a França também estava em discussões com o Catar sobre como poderia restabelecer um caminho para as evacuações do Afeganistão, embora ainda não houvesse nada certo.

“Começamos a ter discussões, que são muito frágeis e preliminares, com o Taliban sobre operações humanitárias e a capacidade de proteger e repatriar afegãos que estejam sob risco”, disse Macron, em entrevista coletiva.

As forças militares dos EUA, que têm protegido o aeroporto em Cabul, devem se retirar até o prazo de terça-feira estabelecido pelo presidente Joe Biden.

O governo francês afirmou na sexta-feira que havia terminado a sua operação de evacuação de Cabul em linha com esse cronograma, mas que continuaria a ajudar quem precisasse de proteção para sair do Afeganistão.

Macron também afirmou que a França manteria tropas no Iraque, como parte de operações anti-terrorismo, por quanto tempo o governo iraquiano precisasse delas, independentemente de os Estados Unidos decidirem ou não se retirar. “Independentemente do que os norte-americanos decidirem, manteremos nossa presença para enfrentar o terrorismo no Iraque”, disse.

Abordagem comum

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e a chanceler alemã Angela Merkel discutiram a situação do Afeganistão neste sábado e concordaram que são necessárias ajuda internacional e uma abordagem comum do G7 ao futuro governo do Afeganistão.

“O primeiro-ministro e a chanceler decidiram trabalhar, junto com o resto do G7, para construir um roteiro para lidar com qualquer novo governo afegão discutido na reunião entre líderes da semana passada”, disse o gabinete de Johnson, em um comunicado.

“O primeiro-ministro sublinhou que qualquer reconhecimento ou discussão com o Taliban precisam ser condicionados a uma passagem segura a quem deseja deixar o país e ao respeito aos direitos humanos”, acrescentou o comunicado britânico.

Merkel também conversou com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte. Seu gabinete disse que Merkel, Johnson e Rutte concordaram que a principal prioridade ainda era a organização da evacuação de cidadãos, funcionários locais de apoio e afegãos que precisam de proteção.

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