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Macron desafia sindicatos e aumenta idade mínima em reforma da Previdência

Sindicatos levaram centenas de milhares de manifestantes às ruas de toda a França na quinta-feira

Emmanuel Macron: reforma proposta pelo presidente para simplificar a sistema previdenciário do país é a maior desde a 2ª Guerra Mundial (Ludovic Marin/Reuters)

Emmanuel Macron: reforma proposta pelo presidente para simplificar a sistema previdenciário do país é a maior desde a 2ª Guerra Mundial (Ludovic Marin/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 10h19.

Última atualização em 10 de janeiro de 2020 às 10h20.

Paris — O governo da França desafiou as centrais sindicais, nesta sexta-feira, ao incluir uma cláusula contestada para aumentar a idade mínima de aposentadoria em dois anos em sua proposta de reforma da Previdência, no momento em que os protestos de rua e greves parecem estar perdendo ímpeto após semanas de mobilização.

A reforma proposta pelo presidente Emmanuel Macron para simplificar a sistema previdenciário do país é a maior desde a Segunda Guerra Mundial, e crucial para sua ambição de tornar a força de trabalho mais flexível e competitiva globalmente.

Mas o projeto enfureceu os sindicatos, que argumentam que a reforma erodirá benefícios conquistados duramente e deixará os pensionistas em situação pior.

O projeto de lei, que será enviado aos administradores da Previdência francesa para apreciação nesta sexta-feira, diz que a idade de aposentadoria para uma pensão integral será elevada progressivamente para chegar a 64 "para a geração de 1965 que se aposentará a partir de 2027".

Segundo a proposta, a idade de aposentadoria continuará sendo de 62 anos, mas os trabalhadores que saírem a esta altura não receberão a pensão integral.

"Não poderíamos ter um texto que silencia sobre a idade (para um orçamento previdenciário equilibrado)", disse Laurent Pietraszewski, secretário de Estado para Pensões, à Reuters. "Isso está no cerne da reforma".

Se Macron sair vencedor do confronto de semanas de duração, terá ido mais longe do que qualquer líder francês do pós-guerra na reformulação do sistema previdenciário.

Mas as negociações entre os sindicatos e o primeiro-ministro, Édouard Philippe, continuariam nesta sexta-feira. Ainda é possível que os planos sejam amenizados, já que o governo quer romper o impasse.

Sindicatos estão pedindo que o governo descarte o projeto de lei. A central sindical CFDT, que é a maior do país e dá atenção especial à reforma, está aberta ao sistema universal de "pontos" em planejamento, mas diz que o aumento da idade de aposentadoria "cruza uma linha vermelha".

Os sindicatos levaram centenas de milhares de manifestantes às ruas de toda a França na quinta-feira, mas o comparecimento foi inferior ao de protestos anteriores e seu ímpeto começa a vacilar. A participação nas greves, hoje em seu 370 dia, recuou e o apoio público caiu, de acordo com pesquisas de opinião.

Philippe concordou em buscar uma maneira de equilibrar o orçamento previdenciário que não seja aumentar a idade de aposentadoria enquanto o projeto de lei é avaliado pelo Parlamento.

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