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Macron concorda em trabalhar com Trump em "novo acordo com o Irã"

Presidente francês acredita que novo pacto poderia envolver atividades com mísseis balísticos do país do Oriente Médio

Macron: "A França não é inocente a respeito do Irã, respeitamos o povo iraniano, mas não se deve repetir os erros do passado" (Etienne Laurent/Reuters)

Macron: "A França não é inocente a respeito do Irã, respeitamos o povo iraniano, mas não se deve repetir os erros do passado" (Etienne Laurent/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de abril de 2018 às 16h33.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira que está disposto a trabalhar em "um novo acordo com o Irã" para ampliar o alcance do pacto nuclear de 2015, enquanto seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou aberto a essa possibilidade, embora não tenha descartado retirar-se do acerto original.

"Queremos, a partir de agora, trabalhar em um novo acordo com o Irã", declarou Macron em entrevista coletiva conjunta com Trump durante sua visita de Estado aos EUA.

Trump se mostrou menos entusiasmado, e afirmou que precisa ver "se será possível alcançar um novo acordo (com o Irã) que tenha alicerces sólidos, porque o de agora tem alicerces decadentes".

O presidente francês detalhou que o novo pacto poderia cobrir "as atividades com mísseis balísticos" de Teerã e a caducidade de certas restrições impostas ao programa nuclear iraniano sob o pacto de 2015, para "assegurar-se que não há atividade nuclear em longo prazo".

Também buscaria "gerar as condições para uma solução política para conter o Irã na região", e suas atividades "na Síria e no Iêmen".

"Queremos regular a situação em todos estes pilares", indicou Macron, acrescentando que o novo acordo com o Irã cobriria também os problemas resolvidos pelo pacto de 2015.

"Não deveríamos romper o acordo (de 2015) e não ter nada mais", ressaltou Macron, mas é preciso "construir algo novo", mais "amplo", que solucione as "preocupações" conjuntas.

"A França não é inocente a respeito do Irã, respeitamos o povo iraniano, mas não se deve repetir os erros do passado", completou.

Macron tentou lidar assim com o ultimato de Trump, que neste ano pediu que os países europeus signatários do pacto de 2015 (França, Reino Unido e Alemanha) negociassem com ele antes de maio um acordo paralelo para corrigir os "defeitos" do acerto original, negociado com esses países, além de com Irã, Rússia e China.

Trump advertiu que ainda é possível que anuncie a retirada dos EUA do acordo nuclear iraniano no próximo 12 de maio, quando caduca um prazo estabelecido pelo Congresso americano para que a Casa Branca lhes informe sobre o cumprimento do pacto multilateral.

"Ninguém sabe o que vou fazer no dia 12, embora é possível que Macron já tenha uma ideia" a respeito após a reunião de hoje, disse Trump.

Por fim, o presidente americano advertiu ao Irã que, se ameaçar os Estados Unidos, "pagará um preço como o que poucos países pagaram".

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