Agência de Notícias
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 19h44.
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira, 18, que uma nova reunião de líderes “europeus e não europeus” será realizada amanhã, dia 19, para discutir a situação na Ucrânia.
O novo encontro acontecerá dois dias depois da que foi realizada no Palácio do Eliseu com os líderes de Espanha, Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda e Dinamarca, além dos chefes da União Europeia e da Otan.
Macron confirmou que a Europa deve buscar maneiras de influenciar as negociações de paz entre os EUA e a Rússia. Ele não deu detalhes sobre a nova reunião, nem sobre os países que vão participar.
O presidente francês confirmou que, antes da reunião de segunda-feira, ele telefonou para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem ele creditou ter “desempenhado um papel decisivo para permitir uma negociação e o fim do conflito”.
“Ele recriou uma ambiguidade estratégica para o presidente Putin. Enquanto seu antecessor (Joe Biden) havia dito que nunca enviaria tropas para o terreno, dando previsibilidade a Putin, o novo presidente usa palavras muito fortes e, portanto, há incerteza. Essa incerteza pode gerar pressão”, declarou.
Macron, porém, advertiu que “uma paz duradoura não pode ser negociada sem a Ucrânia”, e considerou que a Europa pode “contribuir com suas soluções”, como o fornecimento de “garantias de segurança” após a conclusão do acordo.
Nesse sentido, ele descartou o envio de tropas francesas para zonas de conflito, mas disse que continuaria a ajudar a Ucrânia com material militar e especialistas, algo que está sendo estudado com os britânicos, mas longe da linha de frente.
Macron reconheceu que a Europa sozinha não pode garantir a defesa da Ucrânia na situação atual, portanto, a adesão do país à Otan deve ser considerada.
“Dado o fato de que a Rússia é um Estado dotado de capacidade nuclear, para os parceiros europeus, o envolvimento dos Estados Unidos é um ponto-chave”, ressaltou.
Outra solução possível, de acordo com ele, seria enviar uma força de manutenção da paz sob mandato da ONU que atuaria ao longo de toda a linha de frente.
Macron disse que está pronto para conversar com Putin.
“Se ele me ligar, é claro que atenderei. No momento apropriado, nesse ciclo de negociações futuras, obviamente ligarei de volta para ele, se isso for útil para a situação”, afirmou.
Apesar disso, ele considera a Rússia “uma ameaça existencial para os europeus devido às ações que realiza em várias áreas”, como “a fronteira polonesa, os ciberataques em vários países, atentados como os do Reino Unido, a manipulação de informações ou processos eleitorais, como na Romênia, e suas ameaças explícitas com a doutrina nuclear”.