Mundo

Macron afirma que é prematuro reconhecer Estado Palestino

Segundo o presidente francês, reconhecer a Palestina implicaria em "internacionalizar uma situação que não solucionaria o problema sobre o terreno"

Emmanuel Macron: "não vamos nos precipitar. Não seria eficaz reconhecer hoje unilateralmente a Palestina" (Brendan McDermid/Reuters)

Emmanuel Macron: "não vamos nos precipitar. Não seria eficaz reconhecer hoje unilateralmente a Palestina" (Brendan McDermid/Reuters)

E

EFE

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 10h00.

Paris - O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira em Paris perante o líder palestino, Mahmoud Abbas, que é prematuro reconhecer o Estado palestino e que essa decisão "unilateral" não contribuiria para a paz no terreno.

"Não vamos nos precipitar. Não seria eficaz reconhecer hoje unilateralmente a Palestina, seria uma reação a outra decisão unilateral que desestabilizou a região", argumentou Macron, em referência ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Macron, que recebeu Abbas no Palácio do Eliseu durante mais de uma hora, comentou que com essa decisão Trump "se marginalizou" como mediador na região e se negou a "construir a posição da França em função de uma decisão dos Estados Unidos".

Frente à postura de Washington, Macron ainda prefere manter uma posição que lhe permita "dialogar com todas as partes", ao mesmo tempo em que lembrou que no último dia 10 recebeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem pediu para abandonar a colonização nos territórios ocupados como gesto para fazer avançar a paz.

Segundo o presidente francês, reconhecer a Palestina implicaria em "internacionalizar uma situação que não solucionaria o problema sobre o terreno", embora, em sua opinão, essa decisão não contrariaria o direito internacional.

"A solução será construída com dois Estados, em um dado momento esse processo conduzirá ao reconhecimento (da Palestina). É preciso fazê-lo em um bom momento, quando seja útil para construir a paz sobre o terreno", acrescentou.

Nesse sentido, Macron indicou que a França "trabalha sem fazer grandes declarações" e que reconhecerá a Palestina "quando considerar oportuno".

Abbas, por sua parte, admitiu ter pedido a Macron o reconhecimento da Palestina, que seria "um investimento na paz e no futuro pacífico da região" e "contribuiria a afastar o espectro da guerra".

O dirigente palestino também reconheceu os esforços da França na solução política à crise e seu papel "eficaz" na região.

Por fim, Abbas reiterou que, com o anúncio de Trump, os Estados Unidos "deixaram de ser um mediador honesto" e ressaltou que não aceitarão nenhum plano de paz proposto por Washington.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseEmmanuel MacronFrançaIsraelPalestina

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia