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Macri vai a Davos para 1ª participação argentina em 12 anos

Nos últimos dias não tinha sido confirmada a ida do novo presidente devido ao risco de agravamento de uma fissura em uma costela que sofreu há uma semana


	Mauricio Macri: após passar por um exame hoje, os médicos permitiram que o presidente viaje amanhã
 (Ivan Alvarado / Reuters)

Mauricio Macri: após passar por um exame hoje, os médicos permitiram que o presidente viaje amanhã (Ivan Alvarado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 13h55.

Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, confirmou nesta segunda-feira sua viagem à Suíça para assistir ao Fórum Econômico Mundial de Davos, primeira participação do país sul-americano desde 2003, após pouco mais de um mês de gestão na qual buscou mudar o rumo da política e da economia da Argentina.

Nos últimos dias não tinha sido confirmada a ida do novo presidente devido ao risco de agravamento de uma fissura em uma costela que sofreu há uma semana, em um acidente doméstico enquanto brincava com sua filha pequena, Antonia.

Após passar por um exame hoje, os médicos permitiram que o presidente viaje amanhã, segundo confirmaram fontes oficiais à agência oficial "Télam".

A Argentina terá representação oficial pela primeira vez em 12 anos neste encontro, que anualmente reúne em Davos líderes empresariais e chefes de Estado e de governo, para discutir questões de agenda global

Com a chegada ao poder de Néstor Kirchner (em meados de 2003), o país sul-americano deixou de participar, decisão mantida por sua sucessora e viúva, Cristina Kirchner (2007-2015).

O último líder argentino a ir foi Eduardo Duhalde, em janeiro de 2003.

O fórum se desenvolverá entre 20 e 23 de janeiro, dez dias após cumprir o primeiro mês no poder, no qual o principal objetivo do novo Executivo foi iniciar a reabertura da economia argentina, eliminando restrições kirchneristas como o "cepo" cambial e a redução dos impostos sobre as exportações agrárias e industriais.

Essa viagem também ocorre uma semana depois do início das negociações formais com os fundos especulativos que possuem dívida argentina não reestruturada, em moratória desde 2001, e ganharam um julgamento do país em Nova York para cobrar o montante íntegro.

O descumprimento da decisão por parte do anterior governo, liderado por Cristina, supôs a entrada do país em "moratória seletiva", situação que atualmente constitui o principal impedimento do país para ter acesso aos mercados internacionais de crédito.

Devido à recusa do governo de Cristina para cumprir com a decisão por considerá-la injusta e uma intromissão na soberania, o juiz Thomas Griesa mantém congelados os pagamentos da Argentina aos credores que aceitaram as reestruturações de dívida, à espera de que o país regularize sua situação com os fundos litigantes.

A primeira-dama, Juliana Awada, e o chefe de Gabinete de Macri, Marcos Peña, viajarão junto com o líder na terça-feira enquanto hoje partirá uma primeira comitiva liderada pela chanceler, Susana Malcorra, e o ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat-Gay, detalharam os meios de comunicação locais.

Além disso, estarão acompanhados por uma das principais referências da oposição, o peronista Sergio Massa, líder da Frente Renovadora (terceiro nas passadas eleições presidenciais).

Como principal razão do convite a Massa, o Executivo destacou o acompanhamento do referente peronista respeito à agenda do governo para construir "confiança" na esfera internacional, fundamental para atrair os necessários investimentos para o país.

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