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Macri quer compromisso contra impunidade após novo caso de corrupção

O presidente da Argentina disse que os recentes casos de corrupção envolvendo ex-funcionários do governo prejudicam a confiança no país

O escândalo foi investigado pelo jornal "La Nación" com base nas anotações detalhadas em cadernos feitas pelo motorista de um dos ex-funcionários (Marcos Brindicci/Reuters)

O escândalo foi investigado pelo jornal "La Nación" com base nas anotações detalhadas em cadernos feitas pelo motorista de um dos ex-funcionários (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 13h59.

Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse nesta sexta-feira que é necessário que a Justiça demonstre que "não há impunidade" no país e revele, se for pertinente, o caso de corrupção no qual se investiga se empresários e ex-funcionários e ex-agentes públicos formaram uma rede de propina durante os governos de Cristina e Néstor Kirchner.

"Nos últimos dias, vimos notícias que, se forem confirmadas, se a Justiça as confirmar, são muito negativas em termos de consolidar confiança", declarou o presidente durante um ato realizado na cidade de Bernal, na província de Buenos Aires, no qual anunciou créditos para aposentados e beneficiados de programas sociais.

Macri se referiu diretamente a um suposto esquema de corrupção que envolveria a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que atualmente é senadora, e seu falecido marido, o também ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).

O escândalo foi investigado pelo jornal "La Nación" com base nas anotações detalhadas em cadernos feitas pelo motorista de um dos ex-funcionários envolvidos e que desembocou esta semana em uma ação judicial a cargo do juiz Claudio Bonadio.

"O que vocês ouviram sobre esses cadernos e todas essas coisas torna difícil acreditar que podemos todos juntos construir uma Argentina diferente, em que todos estão dentro da lei, fazendo as coisas da mesma maneira. É difícil", assinalou Macri.

O presidente também considerou que, se não se tivesse ocorrido uma mudança de governo em dezembro de 2015, o caso "não teria vindo à tona" porque, nem os jornalistas, nem Bonadio, teriam "liberdade" para investigar.

"Por isso, precisamos hoje, mais do que nunca, que a Justiça nos diga se isto é verdade e nos mostre que não há impunidade. Porque precisamos acreditar, precisamos confiar em nós mesmos, que vamos mudar essa situação", afirmou Macri.

Nesse sentido, o presidente insistiu que a "enorme maioria" dos argentinos quer progredir através de seu trabalho sem que nada lhe seja "presenteado", mas ainda existe uma minoria que pensa de outra forma.

"A mudança significa é que não queremos uma sociedade onde alguns acreditam ser os donos da verdade e muito menos os donos do poder (...). Não queremos mais comportamentos arrogantes, prepotentes, mafiosos: queremos que realmente todos nos comportemos dentro da lei", disse o presidente.

Assim, Macri insistiu na necessidade de que avance o projeto da denominada lei de extinção de domínio dos bens provenientes do crime, que foi aprovada pela Câmera dos Deputados em junho de 2016 e, desde então, está pendente de apreciação no Senado.

"O que está acontecendo é doloroso", afirmou Macri antes de indicar que essa lei permitiria aos cidadãos recuperar "o dinheiro" que lhes foi "roubado".

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