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Macri proclama 'fim do isolamento' e pede equilíbrio à China

Importações chinesas ao país passaram de 5,2% do total de importações em 2003 para 19,7% em 2015

G20: Mauricio Macri, presidente da Argentina, e Xi Jinping, presidente da China, se cumprimentam (Reuters)

G20: Mauricio Macri, presidente da Argentina, e Xi Jinping, presidente da China, se cumprimentam (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2016 às 14h44.

O presidente argentino, Mauricio Macri, proclamou neste sábado no G20 o "fim do isolamento" da Argentina após a era de Cristina Kirchner, e pediu ao seu colega chinês, Xi Jinping, o equilíbrio nas relações comerciais entre os dois países.

"Na Argentina começou uma nova etapa porque deixamos para trás uma década de isolamento do mundo para apostar em ciclos virtuosos de investimentos”, disse Macri no fórum econômico que precede a cúpula de chefes de estado e de governo do G20, que ocorre entre domingo e segunda-feira na cidade de Hangzhou.

O presidente argentino, que assumiu o cargo em dezembro passado, se referia à sua antecessora, no poder entre 2007 e 2015.

"Em poucos meses, conseguimos organizar nossa economia, (...) resolver os problemas de dívida, eliminar obstáculos para a exportação e lançamos o plano de infraestrutura mais importante da história, que inclui estradas, portos e energia", afirmou.

Pela manhã, Macri se reuniu com Xi e pediu o equilíbrio das relações comerciais entre ambos os países, em particular fomentando o turismo.

"(Quando nos reunimos em Washington) já manifestei a ele minha preocupação sobre o déficit comercial que temos nesta relação, que pensamos que é importante equilibrá-lo", lembrou o argentino em um encontro de cerca de meia hora com o presidente chinês.

"Hoje estamos recebendo menos de 30.000 [turistas chineses] por ano. Eu queria entender se há alguma possibilidade de que trabalhemos juntos para chegar a um milhão no menor tempo possível", acrescentou.

Segundo dados da União Industrial Argentina, as importações chinesas ao país sul-americano, principalmente produtos manufaturados, passaram de 5,2% do total de importações em 2003 para 19,7% em 2015.

A Argentina vende para a China principalmente alimentos, como feijão e óleo de soja, algo que o governo quer mudar.

A agenda de Macri em Hangzhou também prevê encontros bilaterais com o presidente russo, Vladimir Putin, os primeiros-ministros da Índia, Narendra Moodi, Alemanha, Angela Merkel, Coreia do Sul, Hwang Kyo-Ahan, e Austrália, Malcolm Turnbull.

Antes da cúpula, a Argentina conquistou uma vitória diplomática, ao obter a presidência rotativa do G20 para 2018, o que significa que receberá a reunião do grupo nesse ano.

O governo de Macri está realizando um amplo plano de ajustes. Enfrenta, porém, uma forte oposição cidadã, principalmente devido ao aumento das tarifas de serviços públicos, como transporte e energia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma queda de 1% do PIB da Argentina em 2016, e um crescimento de 2,8% em 2017.

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