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Macri diz que debate sobre aborto vai continuar, após rejeição do Senado

O presidente afirmou que a legalização do aborto continuará sendo discutida porque argentinos estão entendendo o que é viver em democracia

Por sete votos, o Senado argentino rejeitou o projeto para legalizar o aborto (Marcos Brindicci/Reuters)

Por sete votos, o Senado argentino rejeitou o projeto para legalizar o aborto (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 11h40.

Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta quinta-feira que o debate sobre o aborto vai continuar no país, horas depois de o Senado rejeitar um projeto para legalizá-lo, e apostou na distribuição de anticoncepcionais de longa duração para reduzir as gestações não desejadas.

"O problema existe e temos que continuar trabalhando para que todas essas mulheres realmente tenham a possibilidade de escolher", disse Macri em entrevista após uma reunião de Gabinete na Casa Rosada, sede do governo em Buenos Aires.

As declarações do presidente chegaram após o Senado ter rejeitado nesta madrugada, com 38 votos contra frente aos 31 a favor, o projeto para garantir o aborto legal, seguro e gratuito no país, que já tinha sido aprovado pela Câmera dos Deputados em junho.

Para Macri, este é um dos debates "que começam e que vão continuar" porque os argentinos estão "amadurecendo" e "entendendo o que é viver em democracia".

Além disso, para fazer frente ao elevado número de abortos clandestinos - 354.627 ao ano, segundo o Ministério da Saúde - o presidente considerou "muito importante" continuar trabalhando em uma formação integral dos professores das escolas que inclua "o capítulo da educação sexual".

Macri também insistiu na necessidade de distribuir métodos anticoncepcionais de longa duração no país, especialmente nas províncias do norte e na de Buenos Aires, que são as que registram uma maior quantidade "de gestações não desejadas".

A sessão parlamentar no Senado durou 16 horas e causou uma grande mobilização de feministas nas ruas da capital argentina, em outros pontos do país e em cidades de todo o mundo.

A iniciativa, que a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito impulsiona há 13 anos, pretendia descriminalizar a interrupção voluntária da gravidez até 14 semanas de gestação.

O Código Penal vigente desde 1921 considera o aborto um crime, embora contemple que "não é punível" quando é necessário evitar um perigo para a saúde da mulher ou quando a gravidez é fruto de um estupro.

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