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Macri condena tratamento do povo venezuelano como "covarde"

A chanceler venezuelana disse na quarta-feira que foi agredida por um policial ao chegar à reunião e por um funcionário argentino

Macri: "A verdade é que não é para levar a sério. Uma pessoa não pode se autoconvidar a um lugar para onde não foi efetivamente chamado"

Macri: "A verdade é que não é para levar a sério. Uma pessoa não pode se autoconvidar a um lugar para onde não foi efetivamente chamado"

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 17h50.

Buenos Aires - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta sexta-feira que "tratar um povo" da forma como faz a Venezuela, "por meio da força" e sem deixar os cidadãos se expressarem, "é a maneira mais covarde" possível.

Em entrevista coletiva com a colega chilena, Michelle Bachelet, com quem teve uma reunião bilateral, Macri se referiu às declarações do dirigente chavista Diosdado Cabello, que na quinta-feira disse que o embaixador da Argentina na Venezuela deveria sair do país após a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmar ter sido agredida pela polícia em Buenos Aires.

A chanceler venezuelana disse na quarta-feira que foi agredida por um policial ao chegar à reunião e por um funcionário argentino, e denunciou que se tratava de "uma vingança pessoal" do presidente da Argentina, Mauricio Macri.

Ao ser consultado por uma jornalista sobre a suposta agressão, Macri contestou ironicamente: "pensei que tinha sido (a chanceler argentina, Susana) Malcorra quem bateu".

"A verdade é que não é para levar a sério. Uma pessoa não pode se autoconvidar a um lugar para onde não foi efetivamente chamado", afirmou Macri sobre a viagem de Rodríguez à Argentina nesta semana, para tentar participar de uma reunião do Mercosul à qual não foi convidada porque a Venezuela está afastada do bloco.

"Mas isto é uma lembrança menor em comparação ao que o povo venezuelano está sofrendo", acrescentou Macri, que qualificou como "triste" a "pobreza, o abandono e a falta de garantias sobre os mínimos direitos humanos" que na sua opinião estão ocorrendo no país governado por Nicolás Maduro.

"Desde o primeiro dia consideramos necessário que os venezuelanos possam voltar a decidir sobre seu futuro", ressaltou, ao dizer que o governo de Maduro está "ignorando os pedidos" dos venezuelanos, "que é o mais importante", mas também "os do mundo inteiro".

"Todos os dias sabemos de novas imposições que punem o povo venezuelano. E isso é realmente covarde. Tratar um povo dessa maneira, por meio da força, e sem deixar que se expresse é o jeito mais covarde que pode ser feito", criticou.

Bachelet lembrou que o Chile é país associado, mas não membro do Mercosul - bloco integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e com a Bolívia em processo de adesão -, mas afirmou que o bloco "tem estatutos e critérios de roteiro que permitem que decisões sejam tomadas".

A presidente chilena disse entender que, "por unanimidade dos membros" do bloco regional, foi adotara a sanção de suspensão da Venezuela.

No dia 2 de dezembro, os países do Mercosul comunicaram à Venezuela que deixaria de exercer seus "direitos inerentes" como Estado-membro por ter descumprido o Protocolo de Adesão.

A Venezuela, que aderiu oficialmente ao bloco em 2012, reitera que esta situação é ilegal, já que insiste que o país incorporou 95% da legislação que os Estados devem cumprir para aderir ao organismo.

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