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Macri colocado em xeque por união de opositores no Congresso

O presidente argentino qualificou de irresponsável a aliança da oposição a favor de um projeto de lei que reduz um imposto sobre os salários

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AFP

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 21h41.

O presidente argentino, Mauricio Macri, qualificou nesta quarta-feira de irresponsável a aliança da oposição no Congresso a favor de um projeto de lei que reduz um imposto sobre os salários, o que agrava o déficit fiscal.

"A irresponsabilidade que observamos ontem não é o caminho", disse Macri em entrevista coletiva na cidade de Mendoza, em sua primeira reação à votação na Câmara dos Deputados que uniu distintos blocos opositores e foi considerada sua derrota política mais severa desde que chegou ao poder, em dezembro de 2015.

O projeto será apreciado na próxima semana no Senado, onde o governo espera alterá-lo para evitar o alto custo político de um veto presidencial.

Um amplo arco opositor, que incluiu as distintas correntes do movimento peronista e do kirchnerismo, aprovou na terça-feira o texto por 140 votos a 86, e sete abstenções.

"É preciso ser responsável com o gasto público e trabalhar em grupo, sem demagogia", disse Macri ao exortar os senadores a barrar a proposta.

A nova medida prevê o pagamento de impostos para os cidadãos solteiros com salários acima de 34.500 pesos e aos casados com dois filhos que ganhem mais de 44 mil pesos.

O governo propunha um incremento de 15% na faixa de isenção, e a proposta da oposição eleva isto a 40%, com atualização automática tributando os 10% da população com maior renda.

Para cobrir a queda na arrecadação com a redução do imposto sobre os salários, a lei restabelece o imposto sobre as empresas de mineração (eliminado por Macri ao assumir a Presidência), maior tributação aos jogos de azar e à renda financeira.

"Os trabalhadores que vinham pagando um imposto injusto vão encontrar uma iniciativa de deputados responsável", disse a deputada Graciela Camaño.

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