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Macau “celebra” 20 anos de obediência à China

Ex-colônia portuguesa que viu seu PIB decolar com permissão de cassinos é usada pelo governo chinês como exemplo de subordinação a ser seguido por Hong Kong

Macau: Xi Jinping chega à região que comemora seu 20° aniversário sob controle da China (Jason Lee/Reuters)

Macau: Xi Jinping chega à região que comemora seu 20° aniversário sob controle da China (Jason Lee/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 06h08.

Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 06h41.

São Paulo — Enquanto autoridades de Hong Kong anunciaram o cancelamento da tradicional festa de réveillon devido aos protestos constantes que já duram seis meses, a ex-colônia portuguesa Macau “celebra” 20 anos de completa devoção à China. Nesta sexta-feira, a Zona Especial deve comemorar seu aniversário com a presença do presidente Xi Jinping. A ocasião será usada pelo governo chinês como exemplo de obediência a ser seguido por Hong Kong, que programa novos atos para o final de semana. 

Devolvida pelos portugueses em 1999, Macau se consolidou como uma região harmônica, subordinada e próspera para a China. Quando passou para a administração chinesa, o PIB da região era 6,4 bilhões de dólares. Com a permissão para a abertura de cassinos, que hoje correspondem a 80% da economia local, o PIB decolou, indo a 55 bilhões de dólares. 

Atualmente, Macau também possui o terceiro maior PIB per capita do mundo, atrás, apenas, de Luxemburgo e Suíça. Para o Partido Comunista Chinês (PCC), no entanto, para além da prosperidade vinda dos jogos, a obediência dos 700 mil habitantes de Macau é o que interessa — especialmente em um cenário onde milhares de pessoas ocupam as ruas de Hong Kong em busca de mais autonomia. 

Na última quarta-feira, autoridades de Hong Kong anunciaram que, pela primeira vez, a região não terá a tradicional queima de fogos na virada do ano. “Temos que esperar que a ordem seja completamente restaurada, antes de colocar em práticas estratégias para recuperar o turismo”, disse o diretor-executivo da Junta de Turismo local, Dane Cheng Ting, sobre um dos eventos mais procurados de Hong Kong, em que fogos de artifícios são disparados do alto de arranha-céus. 

A expectativa é que o próximo final de semana também seja marcado por protestos. Para o PCC, sobra a missão de evitar que a desordem se replique em outros lugares. 

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