Alvo recente de denúncias no Ministério do Trabalho, o ministro negou a irregularidade (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2011 às 10h25.
São Paulo – Uma nova rodada de denúncias contra o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, aponta que ele foi funcionário fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Lupi teria ficado pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006. As informações são da edição deste sábado da Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, funcionários do partido em Brasília confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias. Questionados, parlamentares negaram saber que o ministro havia sido contratado pela câmara naquele período.
Lupi ocupava um Cargo de Natureza Especial (CNE) e recebia o maior salário pago a um assessor da sigla, que corresponde a R$ 12 mil por mês. Por definição, o ocupante deste cargo deve exercer funções técnicas e trabalhar nos gabinetes.
Alvo recente de denúncias no Ministério do Trabalho, o ministro negou a irregularidade e disse que de 1995 a 2000 exerceu "em alguns períodos, assessorias legislativas na liderança do PDT", omitindo a passagem pela liderança do partido de 2000 a 2006.
Propina
A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado acrescenta mais um item na lista de irregularidades na pasta do Trabalho: um esquema de extorsão envolvendo assessores de confiança do ministro que cobram propina para emitir o registro sindical.
Segundo a matéria, o governo foi alertado para o caso há nove meses por sindicalistas ligados ao PT, mas nada foi feito a respeito. A revista ouviu um sindicalista que recebeu a o pedido de propina durante sua tentativa de criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sirvesp).