Lupi admitiu ter recebido ao menos uma diária. "Eu tenho que pegar os detalhes depois. Se estiver irregular, devolvo" (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2011 às 12h47.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recebeu diárias do governo durante o fim de semana em que cumpriu agenda partidária com o jatinho pago por Adair Meira, dirigente de entidades que mantêm contrato com a pasta. O ministro recebeu três diárias e meia entre 10 e 14 de dezembro de 2009, embolsando ao todo, 1.736 reais. O assessor dele, Fábio Borges de Abreu, ficou com outros 1.209 reais. Os dados foram divulgados pelo site Contas Abertas.
Em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado nesta quinta-feira, o ministro admitiu ter recebido ao menos uma diária – a da sexta-feira, quando, em tese, ainda tinha agenda do ministério a cumprir. Mas se comprometeu: "Eu tenho que pegar os detalhes depois. Se estiver irregular, devolvo". Depois da reunião, quando os detalhes do caso já haviam sido divulgados, ele repetiu a afirmação ao site de VEJA. No período mencionado, Lupi viajou de Brasília para São Luís e cidades no interior maranhense para cumprir agenda partidária.
Senado - A audiência com Lupi no Senado durou cerca de três horas. O pedetista admitiu ter usado o jatinho que, como VEJA revelou, foi pago por Adair Meira. Mas se esquivou sobre a origem das despesas: "Eu não sei. Não tenho a obrigação de saber. Eu não pedi a aeronave".
Lupi prosseguiu tentando desdizer o que havia dito na semana passada, em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Foi lá que, indagado pelo deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), ele negou ter viajado em aviões pagos por Adair. "Eu disse que não tenho nenhuma relação. Não disse que não o conheço", explicou o ministro – sem mencionar a parte do jatinho.
Ainda assim, o pedetista ouviu um colega de partido pedir publicamente sua saída do cargo: "Entendo que o PDT deva se afastar do ministério, porque o PDT nesse ministério já não detém a confiança da sociedade brasileira", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).