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Lula: se for necessário, faremos Belo Monte sozinhos

Brasília - Em meio às ameaças da construtora Queiroz Galvão em deixar o consórcio Norte Energia, que venceu o leilão para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo, por meio das estatais, poderá assumir sozinho a construção da usina. "Nós, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Em meio às ameaças da construtora Queiroz Galvão em deixar o consórcio Norte Energia, que venceu o leilão para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo, por meio das estatais, poderá assumir sozinho a construção da usina. "Nós, enquanto Estado brasileiro, empresa pública, faremos sozinho (a usina) se for necessário", disse, após almoço oferecido ao presidente do Líbano, Michel Sleiman, no Palácio do Itamaraty.

Segundo Lula, no consórcio, pode entrar e sair quem quiser. "No leilão, entra quem quer e sai quem quiser, depois (da licitação). Não tem nenhum cadeado na porta. Não tem problema", disse o presidente. Nos bastidores, no entanto, Lula tem dito não acreditar que a Queiroz Galvão vá deixar o consórcio. Sobre os interesses das construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, que desistiram do leilão, mas mostraram interesse em participar da obra como construtoras, o presidente disse: "Podem ajudar. É só querer".

Lula rebateu críticas de que o empreendimento irá afetar a região da Amazônia e as comunidades ribeirinhas e disse que o atual projeto da obra prevê um reservatório 60% menor que o previsto originalmente e que serão investidos R$ 3 bilhões para evitar impactos ambientais. Ele disse que os críticos reclamam "até mesmo" do preço da tarifa de energia, considerado por ele como barato. "Eu achei fantástico (o preço)", disse.

Lula ainda reclamou dos que disseram que o governo tem interesse eleitoral com a obra. "Eu ouvi um cidadão dizer que isso foi político. Quem não fez política fez o apagão", disse, referindo-se ao governo anterior. "As usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio são coisas que nossos adversários torcem para não dar certo", acrescentou.

Lula ainda citou a importância do empreendimento para a economia do País. "Um país que quer ser a quinta economia do mundo e oferecer ao investidor energia, tem que pensar cinco anos para a frente. E é por isso que estamos fazendo essa (Belo Monte), Santo Antônio, Jirau, Estreito e o Complexo do Tapajós", disse.

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