Lula: "Eu defendo a tese de que é importante que a gente comece a lançar pessoas novas nas eleições, para a gente poder construir novas alianças políticas em São Paulo" (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2011 às 20h13.
Brasília - Em reunião realizada hoje com líderes de partidos governistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se não houver acordo para votar a reforma política no Congresso, a base aliada deve se empenhar pela convocação de uma Assembleia Constituinte para mudar o sistema eleitoral. Lula trabalha pela aprovação do financiamento público de campanha, lista de votação preordenada e fim das coligações proporcionais.
Diante do vice-presidente Michel Temer e de parlamentares e dirigentes do PMDB, PT, PSB, PDT e PC do B, Lula disse, durante o encontro no Palácio do Jaburu, que a corrupção "diminui bastante" com o financiamento público, mas admitiu haver dificuldades para a aprovação da proposta.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política, admitiu que não há consenso entre os partidos políticos, principalmente sobre o novo modelo de votação. Contudo, tanto Fontana quanto o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmaram que houve avanços nas negociações para que seja aprovado o financiamento público de campanha, principal bandeira do PT.
Raupp declarou que o PMDB aceita o financiamento público, principalmente se a reforma contemplar o fim das coligações nas eleições proporcionais, mas admitindo as federações de partidos. Contudo, ele advertiu: "o PMDB não aceita o voto em lista defendido pelo PT".
No entanto, o modelo que Fontana defenderá em seu relatório é o voto proporcional misto, em que o eleitor escolherá um deputado pelo voto em lista partidária fechada, e o outro, pelo modelo atual, em lista aberta.
Participaram da reunião na residência oficial da vice-presidência da República, além de Lula, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), os presidentes do PDT, ministro Carlos Lupi, do PSB, governador Eduardo Campos, líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE), líderes do PMDB na Câmara, Henrique Alves, e no Senado, Renan Calheiros.