Evo Morales: Morales deixou a Bolívia no dia 11 de novembro, depois da pressão das Forças Armadas e de uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de novembro de 2019 às 06h56.
Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 07h00.
São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quarta-feira com Evo Morales, que renunciou à presidência da Bolívia ao ser pressionado pelos militares e está asilado no México.
Lula expressou "solidariedade" e "preocupação humanista" tanto por Morales como pelo povo boliviano, segundo informou o instituto do petista.
No segundo ato público após a soltura, Lula disse que Morales "ganhou as eleições, fez o melhor governo desde que a Bolívia foi fundada, criou políticas sociais e foi eleito outra vez, mas a direita não aceita o resultado".
Em entrevista recente ao jornal britânico "The Guardian", Lula afirmou que Morales "cometeu um erro quando buscou um quarto mandato como presidente", mas denunciou que "foi um crime, um golpe de Estado" que o tirou do poder.
Morales deixou a Bolívia no dia 11 de novembro, depois da pressão das Forças Armadas e de uma auditoria da Organização dos Estados Americanos que apontou "graves irregularidades" nas eleições de 20 de outubro.
A renúncia de Morales foi considerada um golpe de Estado por vários governos latino-americanos, embora outros países tenham reconhecido o governo interino de Jeanine Áñez e parte da comunidade internacional seja a favor de um diálogo entre as partes.