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Lula e Zelensky falam sobre aproximação e paz em 1º encontro após desentendimentos sobre a guerra

Na reunião, também estiveram presentes o chanceler Mauro Vieira, o assessor internacional Celso Amorim e o secretário de comunicação, Paulo Pimenta

É o primeiro encontro entre Lula e Zelensky depois de um cancelamento de última hora na cúpula do G-7, no Japão, em maio. (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

É o primeiro encontro entre Lula e Zelensky depois de um cancelamento de última hora na cúpula do G-7, no Japão, em maio. (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 19h03.

Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 09h54.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky na tarde desta quarta-feira, 20, em Nova York. A primeira reunião presencial entre os dois começou por volta das 17h no horário local e durou um pouco mais de uma hora. Na reunião, também estiveram presentes o chanceler Mauro Vieira, o assessor internacional Celso Amorim e o secretário de comunicação, Paulo Pimenta. Em março, os presidentes conversaram por telefone.

Em publicação no X, antigo Twitter, Lula disse que teve "uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz" com o ucraniano. O petista também mencionou a importância da manutenção constante do diálogo entre os países. Do lado da Ucrânia, o ministro das relações exteriores do país, Dmytro Kuleba, afirmou que o encontro foi um momento importante e a conversa entre os presidentes foi "honesta",

Segundo o Palácio do Planalto, os presidentes conversaram sobre maneiras de aprofundar as relações entre os dois países e também falaram sobre a importância de se encontrar uma solução que leve à paz no conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

“O presidente Lula e o presidente Zelensky tiveram uma longa discussão em um ambiente tranquilo e amigável. Trocaram informações sobre os países e a situação do mundo neste momento. Os presidentes instruíram suas equipes a continuarem em contato e o presidente Lula disse que um representante continuará participando das reuniões do Processo de Copenhague, para discutir possibilidades de paz”, explicou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em um resumo à imprensa. A ideia, segundo Vieira, é que ambos os países continuem buscando caminhos e mecanismos para aprofundar relações.

Idas e vindas até o encontro

Esse foi primeiro encontro entre os líderes depois do que um desencontro de agendas impossibilitou a reunião entre os dois. Na época, o governo brasileiro disse que o ucraniano não compareceu no horário marcado, enquanto Zelensky afirmou, com ironia, que o problema foi na agenda do brasileiro.

Além de cobrar uma posição mais enfática do governo brasileiro em relação ao conflito, os ucranianos criticam falas de Lula sobre a invasão russa. Em uma oportunidade, o petista disse que a Ucrânia também tinha responsabilidade na guerra. A fala sobre a ida de Putin ao Brasil na próxima reunião do G20 também gerou um ruído entre os países.

Lula defende a criação de um grupo de países, incluindo o Brasil, que lidere uma saída negociada para o fim da guerra. Em seu discurso na Assembleia Geral, o presidente brasileiro reafirmou que o único caminho para a paz é o diálogo. 

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, foi enviado a Kiev, capital da Ucrânia, para participar de uma reunião com Zelensky. Ao comentar o encontro com o assessor especial, o presidente ucraniano disse ter afirmado ao brasileiro que o único plano de paz possível para terminar a guerra é da Ucrânia e que discutiu a realização de uma cúpula Ucrânia-América Latina.

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