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Lula diz que vai falar com Trump sobre avanço militar dos EUA no Caribe

Americano tem enviado tropas para a região e pressiona o governo de Nicolás Maduro na Venezuela

O presidente Lula, durante a chegada para a reunião de líderes do G20, em Joanesburgo, África do Sul
 (Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula, durante a chegada para a reunião de líderes do G20, em Joanesburgo, África do Sul (Ricardo Stuckert/PR)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de novembro de 2025 às 09h39.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar muito preocupado com a escalada militar dos Estados Unidos na região do Caribe e afirmou que pretende conversar sobre o tema com o presidente americano, Donald Trump.

"Estou preocupado porque a América do Sul é considerada uma zona de paz. Somos um continente que não temos armas nucleares. Me preocupa muito o aparato militar que os Estados Unidos colocaram no mar do Caribe", afirmou, em entrevista coletiva, neste sábado, ao final do encontro do G20, em Joanesburgo, na África do Sul.

"Eu pretendo conversar com o presidente Trump sobre isso, porque está me preocupando. O Brasil tem responsabilidade na América do Sul, o Brasil faz fronteira com a Venezuela e não é pouca coisa", disse o presidente.

"Não tem nenhum sentido você ter uma guerra agora. Ou seja, não vamos repetir o erro que aconteceu na guerra da Rússia e da Ucrânia. Ou seja, para começar, basta dar um tiro. Para terminar, não se sabe como termina", disse.

Escalada militar

Nas últimas semanas, o governo Trump reforçou a presença militar no mar do Caribe, que fica próximo da costa da Venezuela, inclusive com a vinda de um de seus principais porta-aviões, o que pode prenunciar o início de uma operação militar.

O governo Trump diz que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ocupa o cargo de forma ilegítima, pois teria fraudado as eleições de 2024, e que Maduro seria chefe de um cartel de tráfico de drogas.

Os americanos têm abatido embarcações na costa da Venezuela, com tiros à distância, pela acusação de que os barcos estariam levando drogas. No entanto, a medida vai contra as leis internacionais, pois é equiparada a uma execução de pessoas sem acusação, processo ou julgamento.

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