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Lula comanda reunião do Brics em meio ao tarifaço de Trump

Cúpula reúne 11 países emergentes; Brasil enfrenta tarifaço de 50% decretado por Trump contra exportações nacionais

Publicado em 8 de setembro de 2025 às 06h36.

Última atualização em 8 de setembro de 2025 às 08h38.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na manhã desta segunda-feira, 8, de uma reunião virtual com líderes do Brics, bloco que reúne países emergentes do Sul Global. O encontro, marcado para as 9h, foi organizado pelo governo brasileiro, atual responsável pelo comando rotativo do grupo.

Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco passou a contar com Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita. A expectativa é que Lula faça a declaração de abertura, seguida pelos demais chefes de Estado, e que as tarifas de 50% ao Brasil, impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sejam discutidas.

A pauta oficial da reunião, entretanto, não é o "tarifaço". Serão discutidos temas como a Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro, a COP30, em Belém, e a cúpula de líderes do G20, na África do Sul, ambas em novembro.

Trump e o Brics

A última reunião do Brics foi em julho, quando o bloco esteve em cúpula no Rio de Janeiro.

Em declaração conjunta, os líderes do grupo criticaram as medidas protecionistas e defenderam um sistema multilateral de comércio mais justo. O documento alertou para “sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC, em um recado indireto aos Estados Unidos.

Durante o encontro, Lula afirmou que “o multilateralismo está sob ataque” e posicionou o Brics como alternativa a um sistema dominado pelo Ocidente. “O Brics é um novo jeito de a gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo. A gente não quer mais um mundo tutelado”, disse o presidente brasileiro à época.

Escalada com Trump

No mesmo dia da abertura da cúpula, em 6 de julho, Trump respondeu às críticas com uma ameaça no Truth Social: “Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções”.

Nos dias seguintes, o republicano ampliou as ameaças. Em 8 de julho, acusou o bloco de tentar “destruir o dólar” e anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, citando o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e supostos “ataques” a empresas americanas de tecnologia.

Até o momento novas tarifas contra exportações brasileiras não foram anunciadas.

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