Lula em Maputo: presidente brasilerio faz declaração conjunta à imprensa. (Ricardo Stuckert / PR)
Repórter
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 10h31.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nesta segunda-feira, 24, uma nova agenda de cooperação com Moçambique.
Lula se reuniu em Maputo com o presidente Daniel Chapo e afirmou que o encontro fortalece a parceria bilateral em um momento que marca os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Em discurso, o presidente afirmou que a agenda conjunta inclui iniciativas na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ações contra a pobreza e políticas voltadas à mudança climática. Lula destacou que a data simbólica deve ser celebrada com “mais trabalho” e compromisso renovado.
Em pronunciamento conjunto, Lula afirmou que esta é sua quarta visita ao país como chefe de Estado e que ela ocorre no marco dos 50 anos da independência moçambicana. Segundo ele, Brasil e Moçambique viveram momentos de aproximação e afastamento, mas a atual fase busca restabelecer continuidade. “É hora de recobrar a consciência”, afirmou Lula, ao anunciar nove novos acordos.
Lula mencionou ainda que Moçambique precisa de investimentos em infraestrutura — portos, estradas, usinas e linhas de transmissão — e que empresas brasileiras têm condições de contribuir. Para isso, disse trabalhar para que o BNDES recupere capacidade de financiar a internacionalização das companhias brasileiras.
Entre os temas prioritários, está a transferência de tecnologia agrícola. O governo brasileiro pretende compartilhar experiências em sementes melhoradas, rega e irrigação, no momento em que Brasil e Moçambique estudam um programa integrado de desenvolvimento rural.
Um fórum empresarial está previsto para ocorrer ainda nesta segunda-feira em Maputo, reunindo representantes de ambos os países para explorar oportunidades de investimento e cooperação produtiva.
Lula também projetou uma ampliação da cooperação acadêmica e da formação profissional. Parte da agenda inclui reuniões com o setor privado moçambicano para promover investimentos em saúde, agricultura sustentável, pequenas e médias empresas, transporte e urbanismo. O presidente afirmou que o objetivo é construir uma estratégia de desenvolvimento econômico e social conjunta.
Chapo disse que Moçambique enfrenta desafios de segurança alimentar e quer incorporar a experiência brasileira. “Nosso país irmão Brasil passou por isso e hoje é exportador. Queremos essa experiência”, declarou.
O presidente afirmou que o fluxo comercial entre os dois países é pequeno em comparação com outros parceiros lusófonos e que isso “é injustificável entre mercados tão familiares”. Segundo Lula, a modernização do complexo industrial da saúde no Brasil permitirá retomar projetos de produção de fármacos em Moçambique.