O presidente Lula recebe representantes do Conselho Nacional da Juventude (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, por causa do processo eleitoral, adiará o envio do projeto de consolidação de políticas sociais ao Congresso Nacional. A afirmação foi feita hoje (12), durante a assinatura do decreto de convocação da 2ª Conferência Nacional de Juventude, a ser realizada em 2011.
Em outras oportunidades, Lula manifestou intenção de enviar, ainda em 2010, essa proposta de regulamentação, o que evitaria a interrupção das atuais políticas sociais por seu sucessor. "Eu queria fazê-la, mas isso não deve acontecer porque nesse período pré-eleitoral a gente corre risco de mandar um pônei bonitinho [ao Congresso Nacional] e acaba recebendo um camelo. Vamos esperar as eleições acontecerem e mandar a proposta de regulamentação para os próximos [parlamentares]", disse Lula.
Lula acrescentou que o período imediatamente posterior às eleições também pode não ser interessante para o envio desse projeto, por causa do "mau humor" que abate os parlamentares, caso não se reelejam.
O presidente lembrou que, em seu governo, foi construída uma relação sadia com diversos setores da sociedade - algo que, segundo ele, não foi feito por seus antecessores. "Nem o Estado nem o governo [atual] têm medo de conversar com a sociedade por medo de receber pautas de reivindicações, como acontecia antes, com os outros presidentes", argumentou o presidente.
"No fundo, os governantes não governavam o Brasil para todas as pessoas, mas apenas para algumas", acrescentou. "Nós construímos uma relação sadia com todos os reitores de universidades - com quem me reuni pelo menos uma vez por ano -, ou com prefeitos, sem-terras, estudantes, agricultores. Não é o fato de poder ou não atender às reivindicações. É apenas o fato de buscarmos atender as pessoas com respeito."
Lula ressaltou, ainda, que as eleições deste ano representam a consolidação da democracia do país. "Estamos vivendo o mais longo período de democracia no Brasil. São pouco mais de vinte anos. É muito pouco. Imagina o que esse país já viveu, com ameaças à posse a presidentes eleitos, como foi o caso de Juscelino Kubistchek", lembrou o presidente.
Para ajudar nessa consolidação, Lula lembrou que é muito importante que a sociedade exija seus direitos. "A democracia será cada vez mais forte à medida em que a sociedade exija os seus direitos. Essa é a evolução da democracia", disse o presidente da República.
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