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Luiz Sérgio vê 'golpe' do DEM na convocação de Palocci

Ministro disse também que o governo e Antonio Palocci não estão com medo de prestar contas

"Palocci está muito seguro da sua situação no que se refere à questão jurídica, à questão legal", disse Luiz Sérgio (Antonio Cruz/ABr)

"Palocci está muito seguro da sua situação no que se refere à questão jurídica, à questão legal", disse Luiz Sérgio (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 14h57.

Brasília - O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, classificou como "um golpe" o procedimento do DEM na Comissão de Agricultura da Câmara para aprovar a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre quem pairam dúvidas a respeito da evolução patrimonial. Em entrevista no Planalto, Luiz Sérgio avisou que a base vai recorrer.

"Estamos seguros de que foi um golpe dado pelo DEM na Comissão de Agricultura. Eles não deram nem tempo de as pessoas reagirem ou levantarem a mão, dizendo apenas que 'quem aceita, permaneça como está' e, imediatamente, emendaram dizendo que estava aprovado", afirmou. "Não é assim", reclamou, ao comentar a forma como foi aprovado o requerimento de convocação de Palocci.

Mesmo diante da ressalva de que todas as votações nas comissões da Câmara ocorrem dessa forma, Luiz Sérgio insistiu que foi um golpe. "O presidente da comissão agiu de forma antirregimental. A base vai recorrer dessa posição. Não pode colocar em votação e declarar o resultado sem sequer dar tempo para que aqueles que se posicionaram contrário levantassem os braços. Isso foi um golpe. Nós não aceitamos", insistiu.

Questionado se o governo tem medo de Palocci ser obrigado a prestar contas à sociedade e ao Congresso, Luiz Sérgio respondeu: "O governo não tem medo, e o Palocci não tem medo. Tanto é que toda essa polêmica é em cima de dados que estão declarados à Receita e que foram já respondidos à Receita Federal e à Procuradoria-Geral (da República)".

Diante da insistência dos repórteres questionando por que não deixar Palocci aparecer, qual seria a razão para o receio, o ministro disse que "não existe nenhum receio". Segundo ele, "Palocci está muito seguro da sua situação no que se refere à questão jurídica, à questão legal". Luiz Sérgio insistiu em dizer que Palocci prestou contas à Receita e à Procuradoria, acrescentando que "nós entendemos que o que precisava ser feito, foi feito". Para ele, a oposição busca criar uma crise onde não existe.

Lembrado de que não se trata de ação apenas da oposição, mas que existem até petistas pedindo a saída de Palocci, o ministro Luiz Sérgio tentou minimizar. "Não chegou ao meu conhecimento declarações neste sentido (por parte do PT). O que tenho visto são declarações de solidariedade do partido e de parlamentares ao ministro Palocci".

Luiz Sérgio reafirmou que o governo teve informações precisas de que foi um golpe da oposição e disse que o próprio parlamento dará respostas, porque "o parlamento tem regras e regimento que precisam ser respeitados. Essa é uma reação para colocar as coisas no local adequado". Questionado se Palocci vai à Câmara caso o governo não consiga reverter a convocação, o ministro disse: "Estamos seguros de que o golpe dado pelo DEM na Comissão de Agricultura será revertido". Segundo ele, o que aconteceu foi "inaceitável".

O ministro afirmou que foi informado da convocação de Palocci durante a reunião do conselho político, assim como a presidente Dilma Rousseff e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Ele disse que o assunto não foi tratado na reunião, que cuidou apenas de apresentar aos parlamentares da base o programa Brasil Sem Miséria.

Questionado sobre sua própria situação, que tem sofrido críticas do PMDB, Luiz Sérgio disse que a declaração que leu na imprensa do presidente do PMDB, Valdir Raupp, foi de elogios ao seu trabalho. "Sou grato a ele." Lembrado que internamente os comentários é de que ele perdeu o papel de articulação, o ministro Luiz Sérgio respondeu: "Sobre o julgamento da minha atuação, o que importa e o que é fundamental para mim é a avaliação da presidenta Dilma Rousseff".

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