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Luis Posada Carriles, ex-agente cubano da CIA, morre aos 90 anos

O anticastrista morreu nesta quarta em Miami e foi um dos maiores inimigos do regime cubano e ex-agente da CIA

Carriles: Fidel Castro tentou assassiná-lo no Panamá, onde participava de uma Cúpula Ibero-Americana em 2000 (Joe Raedle/Getty Images)

Carriles: Fidel Castro tentou assassiná-lo no Panamá, onde participava de uma Cúpula Ibero-Americana em 2000 (Joe Raedle/Getty Images)

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EFE

Publicado em 23 de maio de 2018 às 11h27.

Última atualização em 23 de maio de 2018 às 14h11.

Miami - O anticastrista cubano Luis Posada Carriles, um dos mais inflamados inimigos do regime cubano e ex-agente da CIA, morreu nesta quarta-feira em Miramar (sudeste da Flórida, EUA) aos 90 anos, informou a imprensa local.

Carriles (Cuba, 1928) morreu por volta das 5h (horário local, 6h em Brasília) "em um lar do Governo para veteranos" situado na localidade de Miramar, disse seu advogado, Arturo Hernández, que explicou que o anticastrista estava doente há muito tempo, segundo o jornal "The New Herald".

"Sinto muito porque eu passei cinco anos da minha vida defendendo-o e nesse tempo se manifestou como uma grande pessoa, pelo menos tentou fazer algo por Cuba", ressaltou Hernández.

Sobrevivente de um câncer na garganta, atentados e um derrame cerebral, a saúde do militante anticastrista tinha se deteriorado notavelmente após sofrer várias fraturas em um acidente de carro em 2015.

Acusado por Cuba de terrorismo, Carriles fez da sua vida uma tentativa constante de assassinar o que foi durante décadas presidente do país, Fidel Castro.

No ano 2000, Castro denunciou um plano para assassiná-lo no Panamá, onde participava de uma Cúpula Ibero-Americana.

Carriles foi detido por esse motivo no Panamá, embora a então presidenta, Mireya Moscoso, lhe tenha dado o indulto antes de deixar o comando, após o que viajou para El Salvador e daí entrou nos Estados Unidos em 2005 de maneira ilegal, tendo que enfrentar a justiça deste país.

Foi absolvido em 2011 de 11 cargos de perjúrio, fraude e obstrução de procedimento por um tribunal de migração do Texas e desde então viveu em Miami.

Segundo documentos desclassificados do Departamento de Estado, Carriles foi um informante pago da CIA (Agência Central de Inteligência), pelo qual viajou por diferentes países latino-americanos nos quais trabalhou contra os movimentos comunistas e de esquerda.

Cuba e Venezuela consideram Carriles o autor intelectual da explosão de um avião comercial de Cubana de Aviación em Barbados em 1976 e tentaram capturá-lo para julgá-lo por terrorismo.

Também foi vinculado à explosão de várias bombas em hotéis cubanos na década de 90, uma das quais matou um jovem turista italiano em 1997.

Nascido em Cienfuegos, Carriles chegou a ficar preso na Venezuela por causa da explosão do avião, mas em 1985 fugiu da prisão, disfarçado e com um documento falso.

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