Aviões da empresa em aeroporto de Munique: Especialistas dizem que as emissões da aviação mundial podem chegar a um total de 2,4 bilhões de toneladas em 2050 (./Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Hamburgo - A Lufthansa deverá se tornar uma das primeiras grandes companhias aéreas a misturar biocombustível com querosene tradicional em vôos comerciais, enquanto as companhias aéreas buscam maneiras de cortar os enormes custos com combustíveis, disse o presidente da companhia.
A empresa aérea alemã começará a utilizar a mistura de biocombustível e querosene daqui a dois anos, disse Wolfgang Mayrhber aos repórteres durante um evento neste sábado.
Um porta voz da Lufthansa disse que a companhia aérea terá uma informação mais precisa em relação à data até o final deste ano.
Aeronaves representam aproximadamente 2 a 4 por cento das emissões globais de CO2 (dióxido de carbono), o quê, segundo os cientistas, podem causar um aumento da temperatura mundial, provocando doenças, fome, enchentes e secas ao redor do mundo.
Especialistas dizem que as emissões da aviação mundial podem chegar a um total de 2,4 bilhões de toneladas em 2050, o que seria 15 a 20 por cento de todo o CO2 permitido em um acordo internacional e um aumento de quase quatro vezes dos níveis atuais.
A KLM, rival da Lufthansa, parte da Franco-holandesa Air France, tornou-se a primeira companhia aérea a testar o biocombustível em um avião de passageiros, no ano passado, ao encher um dos quatro motores de um Boeing 747 com biocombustível, durante um vôo teste de uma hora e meia.
A KLM disse que pretende fazer vôos comerciais usando biocombustível a partir de 2011.
A norte-americana Continental Airlines, que pretende criar a maior companhia aérea do mundo ao se fundir com a United Airlines, já havia utilizado uma mistura de biocombustível com combustível de jato, em um voo teste.
Mayrhuber disse que a Lufthansa não pretendia fazer testes individuais no momento. Em vez disso, a companhia aérea pretendia esperar até que possa utilizar o biocombustível regularmente em algumas rotas, para colher dados confiáveis durante um longo período.
A longo prazo, espera-se que o uso de biocombustível salve as finanças das companhias aéreas.
"Primeiro, esperamos conseguir uma garantia de recursos e depois esperamos obter vantagens nos nossos custos para troca de emissões," disse Maurhuber no evento que celebra os 50 anos de aviões da Boeing na Lufthansa.
A UE vai estender seu ETS (Sistema de troca de emissões) para companhias aéreas em 2012, e quanto menos querosene tradicional as companhias aéreas utilizarem por ano, menos certificados permitindo que elas poluam o ar, elas terão que comprar.
A Lufthansa calculou que terá um custo anual de ETS de 150 a 350 milhões de euros, assim que as companhias aéreas se juntarem ao sistema.