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Lontras recuperam estuário californiano ameaçado pelas algas

Aumento da população de lontras foi um fator chave para recuperação do meio ambiente em estuário da Califórnia, segundo biólogos

Lontra marinha: animais não têm impacto direto na vegetação marinha, mas ajudam a preservá-la ao comer caranguejos (AFP)

Lontra marinha: animais não têm impacto direto na vegetação marinha, mas ajudam a preservá-la ao comer caranguejos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 10h06.

Washington - O retorno das lontras a um dos maiores estuários da Califórnia (oeste) permitiu recuperar a vegetação marinha, que serve de habitat para os peixes e desempenha um papel essencial na proteção dos ecossistemas costeiros, afirmaram biólogos esta segunda-feira.

Estes cientistas, que estudaram durante várias décadas o declínio e a recuperação da vegetação marinha no Estuário de Eikhorn Slough, no norte da Califórnia, constataram que o aumento da população de lontras foi um fator chave para a recuperação do meio ambiente, informaram em um estudo das Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS), com data de 26 de agosto.

A vegetação marinha está diminuindo em todo o mundo devido ao uso excessivo de fertilizantes e outros nutrientes provenientes da exploração agrícola e das áreas urbanas em águas costeiras, impulsionando o crescimento de algas, que impedem que a vegetação marinha receba luz do sol.

Mas nas últimas décadas, a vegetação marinha de Elkhorn Slough voltou a crescer, explicaram estes biólogos, entre eles Brent Hughes, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, um dos principais autores deste trabalho.

Estes cientistas estudaram a reação provocada no estuário pelo retorno das lontras em 1984. Estes animais não têm impacto direto na vegetação marinha, mas ajudam a preservá-la, ao comer grandes quantidades de caranguejos.

Alimentando-se dos crustáceos, elas eliminam uma ameaça chave para as lesmas-do-mar. Por sua vez, as lesmas-do-mar comem algas e permitem que as plantas marinhas se mantenham saudáveis.

Isto significa que a presença de um predador ajudou a salvar o ecossistema.

"Este estudo proporciona outro exemplo das fontes interações exercidas pelas lontras nas populações de caranguejo e os efeitos em cascata sobre o ecossistema pelos transtornos da cadeia alimentar", disse Tim Tinker, biólogo no Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), um dos co-autores do estudo.

"Esta pesquisa também nos lembra que os animais sem predador, que desaparecem em grande número no planeta, desempenham um papel importante no equilíbrio de muitos ecossistemas", acrescentou.

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