Mundo

Londrinos se organizam em redes sociais para limpar ruas atacadas

Milhares de cidadãos se uniram através do Twitter e do Facebook para prestar solidariedade aos vizinhos que viram suas casas e lojas destruídas

Uma das primeiras ações foi uma brigada de limpeza formada por dezenas de pessoas que, com vassouras na mão, se reuniram em Clapham Junction (Chris Jackson/Getty Images)

Uma das primeiras ações foi uma brigada de limpeza formada por dezenas de pessoas que, com vassouras na mão, se reuniram em Clapham Junction (Chris Jackson/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 13h38.

Londres - Milhares de londrinos começaram a se organizar através das redes sociais para limpar por sua conta as ruas devastadas pela onda de violência e melhorar a imagem de uma das principais capitais europeias.

Enquanto as autoridades locais advertem que o melhor que as pessoas podem fazer é ficar em casa e se certificar que seus filhos estejam ao seu lado, milhares de cidadãos se uniram através do Twitter e do Facebook para prestar solidariedade aos vizinhos que viram suas casas e lojas destruídas.

A magnitude do episódio estimula a colaboração entre os cidadãos, como demonstra um cartaz pintado à mão que alguém colocou na entrada da estação de metrô de Finsbury Park: "Seja amável com os londrinos".

Uma das primeiras ações, coordenada através de um grupo no Facebook com mais de 10 mil seguidores, foi uma brigada de limpeza formada por dezenas de pessoas que, com vassouras na mão, se reuniram em Clapham Junction, uma das áreas mais afetadas pelos distúrbios desta segunda-feira à noite, para colocar o lugar em ordem.

"É uma imagem emocionante ver os moradores de Clapham unidos. Não deixaremos os arruaceiros vencerem", afirmava Lisa Lamb no seu prefil no Twitter.

Diante do sucesso da convocação, a rede se encheu de pedidos para que iniciativas similares se repetissem em outros pontos de Londres e do Reino Unido.

"É preciso organizar uma limpeza em Enfield o mais rápido possível", dizia Zahin Ali, e Kit Haldenby-Wood respondia: "Estarei na quinta-feira onde for necessário".

"Amanhã de manhã estou livre para limpar Tottenham. Há algo organizado lá?", se oferecia Goldmund Purcell.

Aqueles que se opõem aos atos de vandalismo na capital britânica utilizam as mesmas armas para se organizar que os jovens rebelados: posts no Twitter e a mensagem móvel do BlackBerry Messenger (BBM), cujos textos cifrados são mais difíceis de rastrear pela Polícia.

Na internet são inúmeras as mensagens de indignação contra os autores dos ataques, que não se limitam a veículos, edifícios e a Polícia, mas também ambulâncias e caminhões de bombeiros que chegam às áreas afetadas, segundo relatou Andy Gough no Facebook.

"É um dia triste para ser britânico. O que está acontecendo é asqueroso", lamentava-se Thierry Quebecster em uma das muitas mensagens nas quais cidadãos do Reino Unido expressam vergonha pela imagem que o país está passando para o resto do mundo.

"É o momento de levantar Londres do pó e mostrar do que somos capazes como cidade", afirmou Jake Veasey.

Apesar dos incidentes aparentarem ter superado a ação da Polícia nas últimas três noites em Londres, a maioria das mensagens nas redes sociais não são críticas à Scotland Yard e estimulam os agentes a seguirem fazendo seu trabalho, enquanto os cidadãos organizam suas próprias iniciativas.

Nessa linha, muitos blogueiros começaram a divulgar imagens dos suspeitos de causar distúrbios publicadas pela Polícia londrina em seu site.

Acompanhe tudo sobre:EuropaLondresMetrópoles globaisPaíses ricosReino UnidoViolência urbana

Mais de Mundo

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês