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Londres reverá monumentos após protesto contra estátua de escravocrata

Prefeito da capital do Reino Unido anunciou a criação de uma comissão para aumentar a representatividade em obras da cidade

Estátua em Bristol, localizado a 117km de Londres: momento em que manifestantes derrubam estátua no rio repercutiu no mundo (Matthew Childs/Reuters)

Estátua em Bristol, localizado a 117km de Londres: momento em que manifestantes derrubam estátua no rio repercutiu no mundo (Matthew Childs/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 9 de junho de 2020 às 09h27.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 11h34.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou nesta terça-feira, 9, a criação de uma comissão para revisar os monumentos públicos e "garantir que os marcos da capital reflitam adequadamente as realizações e a diversidade" da cidade.

A decisão, divulgada no site oficial da prefeitura de Londres, vem dois dias após a repercussão internacional de um protesto realizado em Bistrol, a 117 km de Londres, no último domingo, em que os manifestantes derrubaram uma estátua de Edward Colston, um traficante de escravos que viveu entre 1636 e 1721.

A estátua de bronze, inaugurada em 1895, foi jogada em um rio, sob aplausos da multidão, que protestava contra o racismo e a brutalidade policial, na onda das manifestações do Black Live Matters, que vêm tomando as ruas dos Estados Unidos, após o assassinato de George Floyd em Minneapolis.

Segundo a nota oficial do governo de Londres, a Comissão de Diversidade no Domínio Público trabalhará para aumentar a representatividade de negros, asiáticos e minorias étnicas, mulheres, comunidades LGBTQ+ e grupos portadores de deficiência.

Para isso, o grupo vai analisar os marcos que atualmente compõem o domínio público de Londres, aprofundando a discussão sobre quais legados devem ser comemorados. Depois, serão divulgadas recomendações para estabelecer melhores práticas e padrões.

O governo diz que a atuação será "ampla" e "contemplará murais, arte de rua, nomes de ruas, estátuas e outros memoriais".

"Londres é uma das cidades mais diversas do mundo, com mais de 300 idiomas falados todos os dias, mas estátuas, placas e nomes de ruas refletem amplamente a Grã-Bretanha vitoriana — como destacado pelos recentes protestos do Black Lives Matter", diz a nota.

A Comissão será presidida pelo vice-prefeito de integração social, mobilidade social e envolvimento da comunidade, Debbie Weekes-Bernard, e pelo vice-prefeito de indústrias culturais e criativas, Justine Simons OBE. Incluirá, ainda, líderes de artes, comunidades e historiadores.

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